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Ivan

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A distribuição de kits de ajuda humanitária no bairro Paquitequete, em Pemba, feita está terça-feira (31.12.2024), esta gerar uma onda de desconfiança e controvérsia entre os moradores, devido à inclusão de apitos entre os itens entregues.

Os kits foram distribuídos pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em resposta aos danos causados pelo ciclone tropical Chido, que afetou a província de Cabo Delgado em 15 de Dezembro de 2024.

No entanto, a presença dos apitos nos pacotes tem causado alarme, com muitos moradores associando-os a possíveis manifestações políticas e protestos contra os resultados eleitorais.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, moradores de Paquitequete expressaram suas preocupações sobre o conteúdo dos kits, que continham também produtos de higiene, como sabão, sabonetes e roupas.

No entanto, a inclusão do apito gerou desconforto, dado o contexto político e social que a região vive, marcado por tensões e contestação política.

Issa Hernesto relatou a sua experiência ao receber o kit: "Recebi um balde, dentro tinha três pacotes de Omo, três sutiãs, três barras de sabão, que é sabonete, um pente e um apito, e seis calcinhas. São coisas que estavam dentro do balde."

A falta de explicações sobre a utilidade do apito gerou confusão entre a população.

"Na primeira fase, eles não chegaram de explicar a utilidade do apito, porque na verdade ninguém sabia isso, estou a falar da população, talvez eles sabiam que estavam a colocar, mas a população que somos nós, não sabíamos", explicou Hernesto.

A situação tomou um rumo mais tenso quando os moradores começaram a perceber o potencial risco que o apito representava.

"Como nós sabemos que tivemos um problema quanto a este apito, após de vermos o apito, nos tomamos atenção, naquilo que talvez pode nos criar alguns problemas por alguns dias", afirmou Hernesto, destacando que a distribuição foi paralisada após a chegada da polícia.

"Durante a distribuição, foram distribuídas as primeiras pessoas, mas na segunda fase paralisaram devido à chegada dos policiais, porque as primeiras pessoas, quando receberam, foram e quando saíram, tiraram os apitos para entregar às suas crianças", revelou.

A presença da polícia no local gerou ainda mais incerteza.

"Os policiais, quando se perceberam, se comunicaram e chegaram no local e perguntaram o porquê que estávamos a usar este apito, e nós não tínhamos uma palavra que pudesse explicar para eles, ficamos totalmente paralisados", disse Hernesto.

Ele ressaltou que, diante da confusão, os moradores começaram a recolher os apitos para entregá-los às autoridades, temendo consequências negativas.

"Ficamos assustados, porque já sofremos tantas vezes com o apito, já sabemos o mérito daqueles apitos", disse, visivelmente preocupado com o simbolismo que o apito pode carregar no contexto atual.

Erazina Alifo também demonstrou o seu temor em relação aos apitos, especialmente após observar crianças tocando-os.

"Aí mesmo quando outros receberam, tinham umas crianças que estavam a tocar apitos. Nós ficamos assustados, porque este apito, de antes, isso aconteceu com casos de problemas com esses apitos, nesse tempo de manifestações usavam apitos", contou Erazina, referindo-se aos protestos que marcaram períodos de tensões políticas na região.

"Agora, quando trouxeram esses apitos, só não tínhamos como fazer, né? Perguntar", disse ela, destacando o medo generalizado que tomou conta da comunidade.

Embora os outros itens do kit tenham sido bem recebidos, o apito gerou uma sensação de desconforto.

"Não soubemos o que serve este apito que está aí, mas tudo o que está no kit, sei a sua utilização, mas apito só vejo a ser tocados nestes conflitos que estamos a viver", afirmou Erazina.

Para ela, o apito se tornou um símbolo de algo negativo, uma ligação a tempos de manifestação e contestação.

Viviane Sivito, por sua vez, expressou surpresa ao encontrar o apito em seu kit.

"Nós ficamos admirados por ver esse apito nesses produtos. Nas coisas que eu recebi, o apito estava no balde de Omo bem selado. Eu que abri e encontrei este apito", relatou.

"Vendo o apito, fiquei muito admirada, porque eu sei para que serve. Assim, eu não vou usar este produto", afirmou Viviane, visivelmente desconfortável com o apito no kit.

Para ela, a presença do item gerou um sentimento de desconfiança, pois associa o apito a manifestações e tensões políticas.

"Eu não sei porque eles colocaram o apito nestes kits. Isso me dá medo com o que vimos a pouco tempo", acrescentou.

Por fim, Ama Abacar, outra moradora do bairro Paquitequete, resumiu o sentimento geral da população em relação à distribuição dos kits.

"Nós já vimos o que aconteceu com apito, por isso estamos muito preocupados. Nós estamos mal com fome, primeiro queríamos comida, porque sem comer ninguém vive", desabafou. Ama destacou que a prioridade das famílias atingidas pelo ciclone era o auxílio alimentar, e não o recebimento de itens que poderiam gerar mais preocupações.

A inclusão dos apitos nos kits de ajuda humanitária, que estavam destinados a aliviar o sofrimento das vítimas do ciclone, acabou por se tornar um foco de desconfiança e divisão entre os moradores.

O apoio dado pelo ACNUR à população afetada, em conjunto com o partido Podemos e o opositor Venâncio Mondlane, que tem utilizado os apitos como símbolo de protesto político, intensificou a polémica. As autoridades locais agora enfrentam o desafio de esclarecer o propósito da distribuição desses apitos e garantir que a ajuda humanitária chegue sem gerar mais tensões na comunidade. (x)

Por: António Bote

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Após a passagem do ciclone Chido pela cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, centenas de famílias, sobretudo no bairro de Paquitequete, enfrentam graves dificuldades humanitárias. Em resposta a esta crise, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) realizou, nesta terça-feira, 31 de dezembro de 2024, a distribuição de kits de dignidade destinados a mil mulheres.

Os kits continham itens essenciais como calcinhas, pasta de dentes, copos, baldes de 20 litros e, curiosamente, apitos. A inclusão do apito gerou debates após as autoridades locais manifestarem preocupação com o uso do item.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, a assessora de Parceria e Comunicação do ACNUR, Isodora Zoni, explicou que os apitos foram incluídos como parte de uma estratégia de proteção para as mulheres em situações de perigo.

"Hoje, distribuímos kits de dignidade que incluem vários itens como calcinhas, copos, escovas de dentes, um balde de 20 litros e também um apito. Este apito é conhecido como 'apito de estupro' e faz parte de uma medida de segurança para as mulheres nas comunidades. Em caso de incidente, as mulheres podem usá-lo para alertar não apenas por meio de gritos, mas também através do apito, que é uma ferramenta prática e eficaz", afirmou Zoni.

A presença dos apitos nos kits levou as autoridades locais a interromperem temporariamente a distribuição, alegando que o material poderia ser mal interpretado ou utilizado de maneira inadequada. Segundo as autoridades, manifestantes têm usado apitos como forma de identificação durante protestos, o que poderia causar tensões adicionais na região.

"As autoridades informaram-nos que a distribuição dos apitos, neste momento, poderia gerar problemas devido à sensibilidade do contexto atual. Em respeito a essa recomendação, decidimos retirar os apitos dos kits para que a distribuição pudesse prosseguir, garantindo que as mulheres identificadas como vulneráveis recebessem os demais itens", explicou a representante do ACNUR.

O ACNUR é uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que atua em mais de 135 países, com o objetivo de salvar vidas, assegurar os direitos e oferecer um futuro digno às pessoas deslocadas por guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos.

A Zumbo FM Notícias segue acompanhando o caso e trará novos desenvolvimentos sobre a situação. (x)

Por: Esperança Picate

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O bairro de Paquitequete, em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, é considerado pelas autoridades governamentais como o mais agitado e o epicentro de manifestações pós-eleitorais na cidade de Pemba.

As autoridades moçambicanas e de segurança de Cabo Delgado demonstraram indignação com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) após, nesta terça-feira, 31 de Dezembro de 2024, serem descobertos apitos nos kits que estavam sendo distribuídos às comunidades do bairro Paquitequete.

Foram recolhidos mais de duzentos apitos no terreno, e o processo de distribuição dos kits pela ACNUR foi interrompido pelas autoridades moçambicanas.

“Foi o secretário do bairro quem descobriu, recolheu mais de 200 apitos e mandou parar a distribuição. Os brancos que estavam a fazer a distribuição ficaram indignados”, revelou uma fonte segura à Zumbo FM Notícias.

O bairro de Paquitequete é considerado o mais violento da cidade de Pemba, em Cabo Delgado, e ainda não se sabe ao certo o motivo da inclusão de apitos nos kits da ACNUR.

O apito é um instrumento de sopro utilizado para música, sinalização desportiva, trânsito e também para emergências.

A reportagem da Zumbo FM Notícias ouviu a chefe de Parceria e Comunicação da ACNUR em Cabo Delgado, Isodora Zoni, que recomendou apenas o envio de questões por e-mail para que um técnico pudesse responder. Ela não quis prestar declarações sobre o assunto.

Presente em 135 países, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, assegurar direitos e garantir um futuro digno a pessoas forçadas a deixar suas casas devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos.

A Zumbo FM Notícias está no terreno e trará aos seus ouvintes e leitores do website mais desenvolvimentos sobre esta matéria.(x)

 
 

O distrito de Chiúre, localizado no sul da província de Cabo Delgado, é uma região historicamente afetada pelo extremismo violento e agora enfrenta uma crise humanitária sem precedentes. A situação, que já era crítica devido às deslocações forçadas causadas pelos ataques terroristas, agravou-se com a passagem do ciclone tropical CHIDO, que devastou infraestruturas, arrasou comunidades e aumentou o sofrimento da população local.

Em declarações à Zumbo FM Notícias, nesta terça-feira, 23 de dezembro de 2024, o administrador de Chiúre, Oliveira Amimo, embora sem especificar o número de famílias afetadas, descreveu a situação como desesperadora. Ele destacou que o distrito está à beira de um colapso humanitário, devido à destruição causada pelo ciclone.

“Não estou em condições de indicar, neste momento, o número exato de pessoas afetadas, pois estamos a trabalhar com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD). Temos recebido apoio de várias organizações, incluindo o Programa Mundial de Alimentação (PMA), mas não é suficiente. O ciclone CHIDO atingiu Chiure no momento em que ainda nos preparávamos para apoiar as famílias deslocadas pelas incursões terroristas, especialmente nos postos administrativos de Chiúre Velho e Mazeze,” afirmou o administrador.

A passagem do ciclone resultou na destruição de casas, infraestruturas públicas e plantações, agravando ainda mais a insegurança alimentar na região. O administrador confirmou três mortes como resultado direto da tragédia, mas alertou que este número pode aumentar à medida que as buscas avançam.

“Neste momento, posso garantir que temos três óbitos confirmados em todo o distrito de Chiúre,”disse o administrador, com pesar.

Diante da gravidade da situação, o governo distrital lançou um apelo urgente à comunidade internacional, às organizações humanitárias e aos parceiros locais, solicitando assistência para enfrentar os desafios.

“O apelo que queremos fazer é que precisamos de muito apoio e assistência, seja de parceiros internacionais, nacionais ou locais. Temos uma população que atravessa momentos extremamente difíceis. Qualquer ajuda será bem-vinda,”-concluiu. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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O coordenador do partido PODEMOS em Cabo Delgado, Singano Assane, fez declarações alarmantes durante uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias na segunda-feira, 23 de Dezembro de 2024. "Estão a me perseguir para me matar", afirmou, visivelmente preocupado.

Singano Assane denunciou o clima de instabilidade e tensão que tem persistido na província. "A minha morte será o desaparecimento da cidade ou da província. Eu vou morrer e a cidade vai desaparecer porque o povo não vai calar. Somos povo moçambicano, somos de famílias. Mesmo sendo um governador, tem família no bairro. Sendo comandante, também tem família no bairro. Então, se eles mandam pessoas assumir essa responsabilidade de matar, o povo também vai assumir a responsabilidade de matar as suas famílias", declarou.

As palavras de Assane soam como um grito de alerta diante da crescente violência em Cabo Delgado, onde conflitos e atos de terror têm causado sérios impactos na segurança e na vida da população. A ameaça de um futuro incerto e o desespero nas declarações do coordenador refletem a gravidade da situação, em que o medo e a incerteza têm se tornado parte da realidade diária dos habitantes.

Cabo Delgado, já duramente afetada pela violência, luta para recuperar a paz e garantir a segurança da população. Enquanto Assane denuncia o que vê como uma perseguição iminente, a comunidade permanece em alerta, temendo o que pode vir. (x)

Por: Nazma Mahando

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O ciclone tropical CHIDO não causou apenas danos materiais, mas também levou à perda de muitas vidas. Em áreas severamente afetadas, como Cabo Delgado, o número de vítimas fatais é significativo. No entanto, ainda não foi possível obter uma visão completa sobre a quantidade de crianças que perderam a vida durante a tempestade, devido à dificuldade em acessar informações e realizar registros precisos.

CHIDO fez muitas vítimas em Cabo Delgado, com 110 mortes confirmadas até o momento, sendo que muitas dessas perdas ocorreram em áreas de difícil acesso. Contudo, a identificação precisa do número de crianças entre as vítimas fatais ainda não foi possível.

Durante uma entrevista à Zumbo FM Notícias, Claudio Vungaia, especialista de emergência da UNICEF, comentou sobre o desafio de obter dados completos.

"Não temos a desagregação dos óbitos. Sabemos que, até agora, na província de Cabo Delgado, tivemos 110 pessoas que perderam a vida. Naturalmente, neste grupo, podem existir crianças, mas até o momento não temos o número exato de crianças que perderam a vida devido ao ciclone tropical CHIDO."

A destruição das infraestruturas, bem como a dificuldade de acesso a algumas áreas isoladas, dificulta a coleta de informações detalhadas sobre o impacto do ciclone nas populações mais vulneráveis, como as crianças. As equipes de emergência continuam trabalhando no levantamento de dados mais precisos enquanto providenciam apoio às vítimas e suas famílias. (x)

Por: António Bote

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Após desastres naturais como o ciclone tropical CHIDO, a separação de crianças de suas famílias é uma preocupação urgente. A destruição de casas e comunidades pode resultar em uma desorganização que aumenta o risco de crianças ficarem desacompanhadas. A UNICEF, em colaboração com o governo e outras organizações, monitora a situação de perto para garantir a reunificação familiar.

Após o ciclone tropical CHIDO, que devastou Cabo Delgado em 15 de Dezembro de 2024, um dos maiores receios das organizações humanitárias era a separação de crianças de suas famílias. No entanto, até o momento, não foram registrados casos desse tipo, de acordo com as autoridades e os esforços da UNICEF para proteger as crianças. O especialista de emergência da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em Moçambique, Claudio Vungaia, disse, em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, realizada no dia 24 de dezembro de 2024.

"Não temos nenhum registro de crianças separadas dos seus pais ou familiares até o momento. Estamos ainda a acompanhar o processo nos centros de acolhimento."

A UNICEF tem trabalhado incansavelmente para garantir que, em caso de separação, as crianças sejam identificadas e reunificadas com suas famílias rapidamente. Nos centros de acolhimento, as crianças recebem cuidados e apoio, enquanto as autoridades locais buscam rastrear as famílias separadas. Embora os esforços sejam intensos, a destruição generalizada das infraestruturas ainda dificulta a mobilização e o acesso a algumas áreas afectadas. (x)

Por: António Bote

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A disputa entre a TotalEnergies e a população de Quitunda, na Península de Afungi, distrito de Palma, em Cabo Delgado, continua sem solução. O conflito tem como ponto central as indenizações pelas terras utilizadas nos megaprojetos de exploração de gás natural liquefeito na região.

Moradores de Quitunda, Macala, Mangale e outras localidades vizinhas continuam a se mobilizar em frente ao portão principal do acampamento da TotalEnergies, exigindo compensações pelas terras tomadas para os projetos da empresa. A manifestação tem gerado tensões, afetando a entrada e saída de trabalhadores no local.

De acordo com um trabalhador do acampamento, que preferiu manter o anonimato, não houve avanços significativos nas negociações entre a empresa e os manifestantes. Além disso, foi reportado que motoristas que transportam trabalhadores para o acampamento têm sido ameaçados.

A equipe de reportagem da Zumbo FM Notícias entrou em contato com Laurinda Luciano, secretária permanente do distrito de Palma, para obter mais informações sobre o caso. Luciano informou que não poderia se pronunciar sem a autorização do administrador distrital, mas garantiu que tomaria as providências necessárias para tratar do assunto com seus superiores.

“Não tenho autorização para me pronunciar sem o aval do excelentíssimo administrador. Ele é o porta-voz oficial do governo no distrito e a pessoa responsável por indicar representantes para tratar deste assunto. Só posso conceder entrevista após autorização superior”, declarou Laurinda Luciano.

Até o momento, não houve retorno oficial do administrador distrital.

A TotalEnergies, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre os protestos ou as reivindicações das comunidades afetadas, tampouco sobre as tensões relatadas no local.

Os megaprojetos de gás natural liquefeito em Afungi têm sido alvo de controvérsias desde o início, especialmente em relação ao deslocamento das comunidades locais e às questões de compensação pelas terras. A falta de acordo sobre essas compensações continua sendo um dos principais fatores de tensão entre a população e a empresa.

A Zumbo FM Notícias seguirá acompanhando o caso e trará atualizações à medida que novas informações forem obtidas.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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O dia 15 de dezembro de 2024 será lembrado como o início de um pesadelo sem fim para centenas de famílias do distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado.

O ciclone Chido, com ventos que atingiram 200 km/h e chuvas torrenciais, causou uma devastação sem precedentes, arrastando casas, plantações e sonhos. A tragédia expôs a vulnerabilidade das comunidades locais, que já enfrentavam os impactos de conflitos e pobreza, deixando os moradores em um profundo desespero e clamando por socorro.

Amina Zacarias, residente de Mecúfi, relembra com pesar a noite do ciclone.

“A chuva começou forte e, depois, veio o vento. Foi de madrugada, às 3h, e só terminou por volta das 7h. A casa começou a perder as chapas, que voavam de qualquer maneira. Eu, meu marido e os meus filhos ficamos dentro de casa, entregues nas mãos de Deus. Não saímos. Agora, precisamos de ajuda urgente para reconstruir. Chapas e barrotes são essenciais para termos um teto novamente”, contou.

Ana Morreira, uma das muitas vítimas, descreve a sensação de impotência diante da força da natureza.

“O vento era tão forte que, de repente, minha casa caiu. Não restou nada. Eu estou a dormir no chão, sem cama, sem nada. Foi uma chuva intensa acompanhada de vento que desabou as paredes em questão de segundos. Estou desesperada. O ciclone levou tudo e deixou apenas dor e sofrimento.”

Omar Sabone também perdeu tudo. “Foi algo que nunca imaginei ver. As chapas da casa foram levadas, os móveis e pratos destruídos, e a casa inteira desabou. Durante a chuva, não havia para onde correr, e eu me abriguei debaixo de um coqueiro. Hoje, só me restam lamentações e pedidos de socorro. Precisamos de chapas para ao menos reconstruir algo para dormir”, lamentou.

Bernambe Mbula, um deslocado de Mocímboa da Praia que havia começado a reconstruir sua vida em Mecúfi, viu seus esforços desmoronarem novamente.

“Cheguei aqui com esperança e consegui erguer uma casa e cultivar os meus campos. Não dependia mais de apoio humanitário. Mas o ciclone levou tudo o que eu havia conquistado. Não temos onde dormir quando anoitece. Pedimos ajuda ao governo. Qualquer coisa será bem-vinda”, pediu.

O administrador de Mecúfi, Fernando Neves, fez um apelo urgente à solidariedade nacional.

“A destruição causada pelo ciclone Chido é sem precedentes na história recente de Mecúfi. Estimamos que mais de 81 pessoas perderam a vida e 400 ficaram feridas. Centenas de famílias perderam suas casas, plantações e bens essenciais. O governo local está fazendo o possível para fornecer apoio imediato, mas precisamos de mais ajuda. Este é um momento crítico que exige a união de todos”, disse o administrador de Mecúfi, Fernando Neves.

Maria Zainabo, mãe de cinco filhos, expressou sua dor e necessidade de apoio.

"Minha casa foi destruída. Estamos a dormir no chão, sem redes, à mercê dos mosquitos. Meus filhos choram de fome e frio. Não sei o que fazer. Precisamos de comida, roupas e materiais para reconstruir. Por favor, nos ajudem."

João Salimo, pescador da região, também sofreu a perda de seu sustento.

"O vento forte levou o meu barco para longe. Agora, não posso pescar, e minha família está sem comida. Tudo o que conseguimos salvar foram algumas roupas. Pedimos ao governo que nos ajude", disse.

Com a destruição generalizada e a falta de recursos, as famílias tentam se reorganizar, mas enfrentam sérios desafios diários. Sem um plano de emergência eficaz e com recursos limitados, o futuro de Mecúfi permanece incerto. A tragédia expôs ainda mais as vulnerabilidades de uma região já marcada por conflitos e desigualdade social. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, vive um cenário atípico nesta época do ano. A poucos dias do Natal, a devastação causada pelo ciclone “Chido” ofuscou os preparativos tradicionais e desviou as atenções da população para a reconstrução de suas casas.

No mercado grossista de Alto Gingone, conhecido por sua intensa movimentação, o habitual frenesi natalino deu lugar a um cenário de fraca atividade. Comerciantes relatam um movimento reduzido, reflexo das dificuldades enfrentadas pelas famílias locais.

“Não está fácil. Normalmente, nesta época, temos muitos clientes comprando produtos para as festas. Este ano, o movimento é fraco. As pessoas estão mais preocupadas em arranjar suas casas e não em celebrar o Natal”, lamentou Salimo Amade, vendedor de roupas e acessórios.

Zainadine Ali, comerciante de produtos alimentares, também compartilhou sua frustração.

“Eu trouxe muitos produtos pensando que o Natal traria mais clientes, mas até agora quase ninguém compra. Só nos resta esperar pelos últimos dias.”

Para muitos moradores de Pemba, as festividades deram lugar a preocupações mais urgentes. Joaquina Vasco, residente do bairro Cariacó, descreveu os desafios enfrentados.

“Minha casa ficou destruída pelo ciclone. Ainda estamos tentando juntar o pouco que temos para reabilitar o telhado. Não dá para pensar em festa quando sua família não tem onde dormir.”

Outro morador, Daniel Muchave, destacou a gravidade da situação.

“Nós precisamos de ajuda para reconstruir nossas vidas. Este ano não temos Natal, temos trabalho. A prioridade agora é reerguer as casas e garantir um lugar seguro para as crianças.”

As ruas de Pemba e as vitrines das lojas refletem o impacto do ciclone. A decoração natalina, tradicionalmente vibrante, está quase ausente. Apenas algumas lojas ainda mantêm a tradição, mas o clima geral é de apreensão e esforço coletivo.

O ciclone “Chido”, que atingiu Cabo Delgado, Nampula e Niassa recentemente, deixou marcas profundas, não apenas na infraestrutura. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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