Um recém-nascido do sexo masculino foi encontrado abandonado numa lixeira no bairro Chibuabuare, zona da bacia, vulgarmente conhecida como "Terra Vermelha", na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado. O incidente ocorreu na madrugada deste sábado, 26 de abril de 2025, e gerou profunda consternação entre os moradores locais.
De acordo com informações recolhidas no terreno, o bebé foi descoberto depois de os residentes ouvirem um choro persistente vindo da área da lixeira. Intrigados, aproximaram-se e depararam-se com o recém-nascido, envolto em restos de lixo. Estima-se que o bebé tenha menos de 48 horas de vida.
Um dos moradores relatou à Zumbo FM Notícias que o choro inicialmente foi confundido com o de um animal, mas, ao se aproximarem, perceberam a gravidade da situação.
“Acordámos de madrugada com o som do choro. Pensámos que fosse algum animal, mas quando nos aproximámos, vimos que era um bebé recém-nascido. Foi um momento de grande espanto e tristeza para todos nós”, contou o residente.
Após a descoberta, os populares prestaram os primeiros socorros possíveis e acionaram as autoridades. O bebé foi resgatado e encaminhado para o Hospital Provincial de Pemba, onde permanece sob cuidados médicos. De acordo com as informações disponíveis, o seu estado de saúde é considerado estável.
A identidade da mãe e as circunstâncias que levaram ao abandono ainda não foram apuradas. A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado está a conduzir investigações para esclarecer o caso.
Contactado pela Zumbo FM Notícias, o chefe das Relações Públicas da PRM em Cabo Delgado, Aniceto Magume, confirmou a ocorrência. Segundo explicou, o bebé foi encontrado embrulhado em alguns panos e prontamente socorrido pelas autoridades.
"Confirmamos que, de facto, hoje na cidade de Pemba, bairro Chibuabuare, a PRM foi comunicada acerca da localização de um bebé que tem alguns dias de vida. Os colegas deslocaram-se ao local, onde encontraram o recém-nascido, abandonado e embrulhado com alguns panos. Imediatamente, o bebé foi socorrido para o Hospital Provincial de Pemba, onde se encontra a receber cuidados", declarou.
O porta-voz adiantou que estão em curso diligências para localizar e responsabilizar a progenitora pelo ato cometido.
"Estamos a efetuar trabalhos no sentido de localizar a progenitora e responsabilizá-la criminalmente por esta conduta", afirmou.
Magume acrescentou que as autoridades estão a mobilizar todas as esquadras da cidade e a trabalhar em colaboração com as estruturas do bairro para acelerar a identificação da mãe.
"Está a ser feito um trabalho a nível de todas as esquadras, já têm informações e estão a trabalhar com as estruturas do bairro para, o mais rápido possível, se neutralizar a progenitora", garantiu.
O chefe das Relações Públicas da PRM lamentou a situação e aproveitou a oportunidade para deixar um apelo às mulheres para evitarem práticas de abandono de recém-nascidos.
"Felizmente este bebé não perdeu a vida. Aproveitamos esta oportunidade para apelar às mães e mulheres para que não optem por este tipo de conduta", exortou.
A Zumbo FM Notícias continuará a acompanhar o caso e a informar sobre os desenvolvimentos. (x)
Por: António Bote
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Membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) denunciaram, nesta sexta-feira, 25 de Abril de 2025, à Zumbo FM Notícias, a persistência de atrasos no pagamento dos seus salários, situação que, segundo afirmaram, está a gerar desconforto e preocupação entre os efectivos destacados em Cabo Delgado.
De acordo com um dos militares, o pagamento dos salários está a ser significativamente atrasado, afetando o bem-estar dos militares no terreno. "Dinheiro agora está a demorar, até agora ainda não caiu nas contas. Todos aqui, ninguém tem salário", disse o militar, descrevendo o cenário vivido.
A mudança na gestão das finanças da unidade também foi apontada como um fator para a crise. Segundo um outro militar, a nova funcionária responsável pela área financeira tem causado transtornos ao não cumprir os prazos estipulados. "Essa nova funcionária que está nas finanças está a fazer muita besteira. Começa a pagar nos dias 28, 29... Estás a ver o quê é isso? Enquanto, com aquele que estava a trabalhar nas finanças, entre os dias 20 a 22 eram os dias em que os militares ficavam bem ful", relatou.
O impacto psicológico dos atrasos tem gerado sérias consequências para as famílias dos militares. Um dos membros das FADM explicou como a situação está a afetar os seus lares, especialmente em tempos de escassez financeira. "Até a família em casa chega a pensar que recebi, mas não quero fazer despesas", lamentou.
Em relação à mudança das datas de pagamento, um militar comentou que a confiabilidade dos prazos foi completamente abalada. "Nós já abetuamos essas datas, 20, não isso que andam a fazer de demorar", criticou o militar.
Além disso, a gestão atual foi vista com desconfiança por parte dos efectivos. Um dos membros das Forças Armadas questionou a escolha de uma nova responsável para a área financeira, sugerindo que a falta de experiência da funcionária tem agravado os problemas. "Levar essas pessoas que não dependem do salário para colocar nas finanças não é boa coisa. Porque a pessoa pensa que, assim que ela tem dinheiro, todo mundo também tem", afirmou o militar.
A falta de empatia por parte da nova gestão foi também citada. "Pensa que assim que assaciou, todo mundo está saçio, sem pensar que existem pessoas que estão a passar mal a fome", lamentou o militar.
A mudança no calendário de pagamentos tem afetado tanto os militares destacados nas zonas de combate, como os que se encontram nas áreas urbanas. "Não está fácil. Isso começou no mês antepassado. Até para pessoas que se encontravam nas matas, começavam a receber na data 18 a 19. Esses eram os primeiros a receber. Os que estavam na cidade recebiam dia 21 a 22, mas acabou aquilo", detalhou um dos militares.
A falta de pagamentos no terreno tem gerado ainda mais insatisfação, principalmente para os militares destacados em zonas de combate. "Pessoa que está na mata, na cidade, é a mesma coisa. Isso não é para deixar pessoas descontentes? Enquanto que o militar que está na mata deve ser bem babado para estar feliz. Estás na mata, sem salário. Vai ser descontente mesmo", afirmou um outro membro das FADM.
Além disso, os militares denunciam falhas graves na gestão financeira, afirmando que a demora no pagamento dos salários tem prejudicado seriamente as suas condições de vida. "Estão a falhar muito", acusou um dos entrevistados.
Devido aos atrasos nos pagamentos, muitos militares têm sido forçados a recorrer aos seus recursos pessoais para sobreviver. "Dinheiro que você guarda na conta para questões de emergência, mas pela demora do salário, você deve mexer mais esse dinheiro", explicou um militar. (x)
Por: António Bote
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A província de Cabo Delgado é actualmente a segunda com maior prevalência de malária em Moçambique, afectando 38,1% da sua população, segundo dados do Inquérito de Indicadores de Malária 2022–2023. A informação foi avançada pelo Governador Valige Tauabo, durante a cerimónia do Dia Mundial da Luta Contra a Malária e da Semana Africana de Imunização, realizada na sexta-feira, 24 de abril, na cidade de Pemba.
A malária continua a ser uma das principais causas de procura por cuidados de saúde na província, representando 32,7% dos atendimentos em consultas externas nas unidades sanitárias locais.
"A malária e outras doenças preveníveis por vacinação, como o sarampo, a paralisia flácida aguda e o tétano neonatal, continuam a ceifar vidas e a comprometer o bem-estar das nossas comunidades", afirmou Valige Tauabo.
De acordo com o governador, só nos primeiros meses de 2024 foram registados 1.679.035 casos de malária em Cabo Delgado, o que representa um aumento de 32,2% em relação aos 1.270.188 casos notificados no mesmo período de 2023. O número de óbitos também duplicou, passando de 41 para 80.
“Estes números mostram um agravamento sério. Precisamos redobrar os esforços na prevenção e resposta à doença”, frisou Tauabo.
Apesar do aumento dos casos, o executivo provincial está a reforçar medidas de combate e prevenção. Este ano, foram distribuídas 1.604.560 redes mosquiteiras tratadas com inseticida por todos os distritos da província.
“Temos vindo a implementar acções concretas para conter a malária e outras doenças evitáveis, e contamos com o apoio das comunidades e dos nossos parceiros de saúde”, concluiu o governador de Cabo Delgado. (x)
Por: Ibraimo Abdulai
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Depois de várias delegações da RENAMO terem sido encerradas em algumas províncias do país, em repúdio à liderança do atual presidente do partido, Ossufo Momade, hoje, 24 de Abril de 2025, foi a vez dos membros desta força política na cidade de Pemba, que decidiram seguir o mesmo caminho adotado noutras regiões.
A Zumbo FM Notícias deslocou-se à sede provincial da RENAMO, tendo encontrado um papel afixado nas portas, com a seguinte inscrição: “Só abrimos as portas depois de Ossufo Momade sair da liderança.”
Tentámos, sem sucesso, contactar o delegado provincial da RENAMO, Manuel Macuane.
A zumbo FM Notícias soube que os Membros do partido Renamo, queimaram o material de propaganda contendo a imagem de Ossufo Momade.
As ondas de contestação contra a liderança de Ossufo Momade ganharam força após a derrota da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) nas eleições gerais de 2024. O partido, que durante anos deteve o estatuto de maior força da oposição, passou a ocupar o segundo lugar.
Membros e simpatizantes da RENAMO, bem como de outros partidos da oposição, classificaram as eleições como alegadamente fraudulentas.
Diante deste cenário, os membros da RENAMO esperavam uma reação firme por parte do líder do partido. No entanto, afirmam ter sido confrontados com um silêncio quase absoluto. (x)
Por: Zumbo FM Notícias
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Depois de semanas marcadas por ataques terroristas nas aldeias de Nnonia, Mihecane, Ungura e Ncole, no distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado, alguns dos deslocados que haviam procurado refúgio na aldeia de Nanjua começam agora a regressar às suas zonas de origem.
Nanjua foi uma das aldeias que recebeu um número significativo de pessoas deslocadas, que fugiam da violência que assolou as suas comunidades durante a última semana de março e a primeira quinzena de abril.
A Zumbo FM Notícias entrevistou esta sexta-feira, 25 de Abril de 2025, residentes de Nanjua, que acompanharam de perto a chegada e permanência dos deslocados. Os relatos refletem um misto de esperança, preocupação e resignação face à realidade vivida por centenas de famílias.
“Não estavam a ver o que comer, por isso, a população está regressar a Nnonia”, contou um dos residentes, destacando as dificuldades enfrentadas pelos deslocados durante a estadia em Nanjua.
Apesar dos receios, há sinais de estabilidade em algumas áreas.
“Aqui nesses dias a situação está calma. Não nada”, afirmou outro residente, acrescentando que a paz relativa pode estar a encorajar o regresso às aldeias afetadas.
O sentimento de pertença também tem pesado na decisão dos deslocados.
“A maioria que tinham fugido, estão a regressar para suas aldeias”, acrescentou outro entrevistado, sublinhando o desejo das pessoas em voltar às suas origens.
“Um lugar que você não acostumou muito, não maneira, mesmo você vivendo aqui em Nanjua, sem nada, não ajuda. Em casa é em casa”, comentou uma residente, referindo-se às dificuldades de adaptação enfrentadas pelos deslocados em um novo ambiente.
Segundo os relatos, muitos dos deslocados não conseguiam realizar atividades produtivas.
“Quando eles estavam aqui, não faziam quase nada, nem machamba, nem nada, só passear dum lado para outro, então, é diferente quando estão nas suas aldeias, vão a machamba, fazem muitas coisas.”
A situação comove também os anfitriões.
“Tem sido muito triste ver os irmãos que fugiram às suas aldeias, e se hospedar numa outra aldeia, sem fazer nada”, lamentou outro morador local.
Para compreender qual o plano do governo para apoiar as famílias deslocadas, muitas das quais perderam as suas casas e meios de subsistência, a Zumbo FM Notícias tentou contactar as autoridades do distrito de Ancuabe. Até ao fecho desta edição, não foi possível obter uma resposta. (x)
Por: António Bote
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O Hospital Provincial de Pemba (HPP), a principal unidade sanitária de Cabo Delgado, registou 471 casos de acidentes de viação no primeiro trimestre do ano em curso, um número que preocupa os profissionais de saúde.
Os dados constam de um documento oficial emitido pelo HPP e partilhado com a redação da Zumbo FM Notícias nesta quinta-feira (24.04).
"Durante o período em análise, o Hospital Provincial de Pemba registou a entrada de 471 pacientes vítimas de acidentes de viação", refere o documento.
O hospital alerta para a frequência elevada desses casos, com uma média de mais de cinco vítimas atendidas por dia.
"Este número evidencia a elevada incidência de sinistros rodoviários na região, representando uma preocupação relevante tanto para o sector da saúde quanto para as autoridades responsáveis pela segurança no trânsito", lê-se ainda no documento.
A direção do HPP não detalha as causas dos acidentes, mas manifesta preocupação com a tendência crescente e o impacto que isso representa para o funcionamento dos serviços hospitalares, tendo acrescentado que desses casos não houve nenhum registo de óbito.(x)
Por: Nazma Mahando
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A Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) afirma estar a acompanhar com preocupação o desaparecimento do jornalista político Arlindo Chissale, ocorrido nos primeiros dias de Janeiro de 2025, quando este se deslocava da cidade de Pemba, em Cabo Delgado, para a cidade de Nacala, na província de Nampula.
Em entrevista exclusiva concedida nesta terça-feira, 22 de Abril, à Zumbo FM Notícias, o Chefe do Departamento da Promoção de Direitos Humanos da (CNDH), José Cartela, que se encontra em missão de trabalho na cidade de Pemba, referiu que a Comissão está a seguir atentamente o caso, apesar de não possuir poderes legais para conduzir investigações criminais.
“A comissão aguarda as investigações que estão sendo feitas porque a comissão não tem esta competência de alta investigação, mas tem entidades autorizadas para fazer isso, autoridades competentes para fazer investigação e trazer-nos a verdade”, declarou José Cartela, questionado pela nossa equipa de reportagem.
Segundo o responsável, a Comissão tem sido informada sobre o caso por meio dos meios de comunicação social e plataformas digitais, mas até ao momento ainda não recebeu nenhuma denúncia formal.
“A comissão tem sempre informação a partir das redes sociais, a partir das rádios. Tivemos informação de desaparecimento de jornalista, apesar de até hoje não sabermos onde que estão sendo dirigidas as investigações. Então, como comissão, temos tido informação a partir do maior transformação. Investigação cabe à PGR investigar até que ponto este processo [de] desaparecimento de pessoas”, explicou.
A PGR – Procuradoria-Geral da República, órgão superior do Ministério Público, é a entidade responsável por dirigir e fiscalizar a legalidade da investigação criminal. Já o SERNIC – Serviço Nacional de Investigação Criminal é a instituição especializada que conduz as investigações criminais no país. José Cartela sublinhou que o esclarecimento sobre o paradeiro do jornalista deverá ser da responsabilidade dessas entidades.
“A partir das investigações do SERNIC, num dia a PGR vai se pronunciar sobre este desaparecimento”, afirmou.
Apesar da ausência de uma queixa formal submetida diretamente à Comissão, a instituição continua a acompanhar o caso por meio de informações que circulam publicamente.
“Até então, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos não recebeu nenhuma denúncia formal, mas temos acompanhado por várias informações nas redes sociais, a partir das rádios, a partir das televisões. Mas uma denúncia oficial dirigida à Comissão Nacional de Direitos Humanos ainda não recebemos”, concluiu José Cartela.
O desaparecimento de Arlindo Chissale, conhecido pela sua abordagem crítica e investigativa, continua a levantar inquietações dentro e fora do país, com apelos crescentes por respostas claras sobre o seu paradeiro. (x)
Por: António Bote
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A secretária distrital da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) em Pemba, província de Cabo Delgado, Fátima Farje, afirmou na sexta-feira, 18 de Abril de 2025, que os insurgentes que assolam a província desde 2017 estão a ser financiados por indivíduos estrangeiros e influenciados por pequenas quantias de dinheiro.
Falando em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, Fátima Farje considerou que os jovens que se juntam aos grupos armados estão a ser instrumentalizados e convencidos a matar em troca de valores monetários, sem perceberem as consequências destrutivas das suas ações.
“Os que estão a matar são financiados com pequenos valores monetários, que eles mesmos acham que é dinheiro suficiente para matar. Aceitam matar, mas estão a prejudicar as suas famílias e, no fim, vão ficar sozinhos, porque não vai sobrar nada, e eles mesmos não vão ser chefes em nenhum lugar”, afirmou Farje, secretária da OMM em Pemba.
Farje condenou ainda os atos de destruição protagonizados pelos insurgentes, incluindo a queima de viaturas e ataques a comunidades, alertando que tais ações apenas prejudicam o próprio povo moçambicano.
“Estão a abraçar uma vida errada. Tudo o que encontram, queimam, matam. Queimam carros. E depois esse dinheiro, quanto tempo vai durar? Estamos a pedir aos jovens que não matem as suas famílias”, avançou Farje, considerando que os insurgentes estão a ser manipulados por interesses externos que visam explorar os recursos naturais da província.
“Eles querem que os de outros países voltem para vir explorar as nossas riquezas, os nossos recursos minerais, principalmente aqui em Cabo Delgado”, disse Fátima Farje, secretária da OMM.
A líder da OMM em Pemba fez um apelo aos jovens escondidos no mato para que abandonem os grupos armados e regressem às suas casas, garantindo que serão bem recebidos.
“Para aquele que está no mato, vir para casa e ninguém vai lhe fazer mal, porque matar todo mundo não é bom. E amanhã vão ficar com quem? E quando morrerem, quem vai lhes enterrar? Essas pessoas que estão a vos viciar estão a vos enganar. Nós é que vamos perder”, concluiu Fátima Farje, secretária distrital de Pemba da OMM. (x)
Por: Zumbo FM Notícias
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O Chefe do Departamento da Promoção de Direitos Humanos na Comissão Nacional dos Direitos Humanos, José Cartela, expressou profunda preocupação com a situação dos deslocados internos e a contínua violação dos direitos humanos na província de Cabo Delgado.
Em entrevista exclusiva concedida à Zumbo FM Notícias, durante a sua visita de trabalho à cidade de Pemba, nesta terça-feira, 22 de Abril de 2025, o responsável defendeu a necessidade urgente de os órgãos do Estado e os parceiros de cooperação reforçarem a proteção das populações afetadas pelos conflitos armados.
Cartela denunciou a dupla origem das violações de direitos humanos, tanto pela ação dos grupos insurgentes como pelo uso excessivo da força por parte das forças de defesa e segurança.
"Onde há insurgência, há perda de vidas humanas. Há perdas de vidas humanas. Isso é preocupante. E não só: onde há insurgência e onde está a força de defesa e segurança, há uma fragilidade de uso excessivo da força. Esses aspectos contribuem excessivamente para a violação dos direitos humanos", denunciou.
Segundo Cartela, a Comissão tem também o dever de garantir que os deslocados internos não sejam esquecidos, por se tratar de populações que foram obrigadas a abandonar os seus lares em contextos de vulnerabilidade extrema.
"A comissão faz parte de uma instituição preocupada também com casos de deslocados porque são vidas humanas abandonarem as suas causas contra a vontade e no momento em que não são capazes de ter todos os direitos fundamentais. Então, a preocupação da comissão é que o governo e os outros parceiros garantam estes direitos fundamentais que são necessários", afirmou.
O dirigente destacou que os direitos consagrados na Constituição da República devem ser respeitados, com especial atenção ao direito à vida, que está a ser gravemente ameaçado.
"Refiro-me dos direitos fundamentais daqueles todos que estão plasmados na Constituição da República, e são esses que devem ser respeitados. Por exemplo, o direito à vida é um direito fundamental. Nós estamos a falar que diariamente temos acompanhado a perda de vidas humanas, e é uma preocupação bastante preocupante", acrescentou.
Cartela sublinhou que cabe à Comissão Nacional dos Direitos Humanos pressionar as autoridades a atuarem de forma responsável e a garantirem a paz social.
"A tarefa da comissão é exortar as entidades responsáveis que garantam esses direitos fundamentais, segurança das pessoas também. Esta recomendação vai para os meios de comunicação que, em algum momento, fazem parte ou contribuem para que esta população tenha uma tranquilidade de vida, tenha uma paz segura", recomendou.
Durante a entrevista, o responsável frisou que Cabo Delgado é uma província prioritária para a atuação da Comissão, dada a reincidência de episódios de violência e deslocamento forçado.
"A Província de Cabo Delgado é uma das províncias onde a Comissão Nacional dos Direitos Humanos sempre esteve presente durante as suas atividades. Dentre brevemente, a delegação aqui há funcionários, e já visitou várias vezes e em vários programas. Para além da promoção dos direitos humanos, a comissão já fez várias monitorias até às famílias deslocadas. Então, é uma província com muita referência em relação à Comissão Nacional dos Direitos Humanos, porque é aqui onde há muitos casos de violação dos direitos humanos. Então, esta é uma província de referência para os nossos trabalhos", destacou.
Cartela lançou ainda um apelo às comunidades para que façam uso dos mecanismos disponíveis sempre que se verifiquem atos de violação dos direitos humanos.
"Também vai um apelo para as comunidades: sempre que notarem que há uma violação, têm as rádios comunitárias já a funcionarem, e há onde fazer a denúncia. E há muitos mecanismos de denúncias. Façam uso desses mecanismos para denunciar várias atrocidades que acontecem ao nível das comunidades", apelou.
Segundo dados recentes das Nações Unidas, os ataques armados em Cabo Delgado já causaram mais de 5 mil mortes desde 2017 e forçaram cerca de 1,2 milhão de pessoas a abandonarem as suas casas. A situação humanitária continua grave, com milhares de deslocados a viverem em condições precárias, enquanto os ataques a aldeias e infraestruturas civis continuam em distritos como Macomia, Ancuabe, Mocímboa da Praia, Muidumbe, Nangade e Chiúre. (x)
Por: António Bote
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A Província de Cabo Delgado dispõe de medicamentos essenciais suficientes para garantir a assistência médica aos utentes durante os próximos três meses. A informação foi partilhada por Manuel Loa, chefe do Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica, em entrevista exclusiva concedida à Zumbo FM Notícias, nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025.
Segundo o responsável, o stock atual cobre as necessidades primárias das unidades sanitárias, especialmente no que diz respeito aos medicamentos que não podem faltar na assistência básica à população.
“Em termos de stock para a província de Cabo Delgado, é satisfatório. Falo de medicamentos essenciais, aqueles que não podem faltar nas unidades sanitárias para a assistência primária aos nossos utentes. Temos um nível satisfatório para os próximos três meses de consumo”, garantiu Manuel Loa.
O responsável acrescentou que, neste momento, está em curso o processo de reposição de fármacos em toda a província, embora alguns distritos da zona norte ainda estejam sem medicamentos de primeira necessidade.
“Neste momento, estamos a fazer a reposição do stock em toda a província. Já conseguimos repor para os distritos das zonas sul e centro. Faltam apenas os distritos da zona norte: Moeda, Muidumbe, Nangade, Mocímboa da Praia e Palma. Estamos a preparar a logística ainda hoje para levar os medicamentos àqueles distritos. Mas, de um modo geral, estamos satisfeitos com o que temos recebido”, afirmou.
Manuel Loa mencionou ainda que, nos últimos anos, houve uma oscilação na disponibilidade de anestésicos, mas que a situação tende a melhorar.
“Nos últimos anos tivemos uma pequena oscilação na disponibilidade de anestésicos, apesar de que neste momento tende a melhorar. Tivemos um défice desse produto, que apresenta variações constantes, mas, por enquanto, temos alternativas para outros medicamentos”, explicou.(x)
Por: Nazma Mahando
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