Na tarde da última quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025, por volta das 17 horas, a aldeia de Bilibiza, localizada no distrito de Quissanga, na província de Cabo Delgado, foi palco de um violento ataque terrorista, que resultou na morte de dois militares. O ataque ocorreu nas proximidades do quartel militar da localidade, deixando a comunidade local em estado de choque.
De acordo com uma fonte segura que falou em exclusivo à Zumbo FM Notícias está segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025, o ataque, embora não tenha provocado destruição material significativa, resultou na emboscada e morte de dois soldados.
“O ataque em Bilibiza, tenho informação de que não destruíram nada, só houve um ataque, entraram em emboscada e morreram dois soldados. Já não sei se são ruandeses ou não, só sei que morreram dois soldados”, afirmou a fonte.
Embora o ataque tenha sido fatal para os militares, a população local não sofreu diretamente com a ação dos terroristas, que não chegaram a invadir as aldeias.
"A população não sofreu porque eles não entraram nas aldeias", garantiu a fonte, aliviando momentaneamente o pânico que geralmente acompanha esses ataques.
No entanto, segundo a fonte, o cenário em Bilibiza não deixou de ser tenso, com os terroristas a emboscar os soldados que estavam posicionados em locais estratégicos ao longo do caminho mais utilizado para a circulação de pessoas e bens.
"Esses soldados estavam montados no caminho onde passam eles", relatou a fonte. De acordo com relatos, o ataque ocorreu após a passagem do primeiro grupo de terroristas, e foi o segundo grupo a iniciar o confronto.
"O primeiro grupo passou, agora o último grupo é que começaram a atacar, e os primeiros a atacar foram nossos soldados, porque eles estavam em posição", explicou a fonte, detalhando os momentos que antecederam a tragédia.
A informação sobre os movimentos dos terroristas aponta que o grupo percorreu uma via que passa por uma densa área de mata, sendo a única ligação para as regiões de Metuge e Meluco.
"Este primeiro grupo passou com a via que subsai em Metuge, aí no mato. O caminho é o único para Metuge, Meluco", contou a fonte.
De acordo com o entrevistado, o ataque, que ocorreu em plena tarde, não resultou em incêndios ou destruição das casas locais. No entanto, a tensão na aldeia é palpável.
"A hora que passou o primeiro grupo não sei, mas o segundo grupo passou às 17 horas. A população está tudo normal, está tudo normal, nenhuma casa foi incendiada", afirmou um morador local, que ainda tentava digerir os acontecimentos da tarde.
Este ataque mortal, em pleno dia, ressalta a persistente insegurança em Cabo Delgado, uma província marcada por uma prolongada crise de violência desde 2017. O distrito de Quissanga, que já sofreu outros ataques, volta a ser palco de um atentado que deixou marcas profundas nas forças de segurança e na população local, que segue na linha de frente de um conflito sem fim à vista.
Tentamos por várias vezes contactar o Administrador de Quissanga, Sidoneo José, mas sem sucesso. (x)
Por: Zumbo FM Notícias
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A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, enfrenta uma crise alarmante de malária em 2024, com mais de 80 mortes confirmadas, a maioria delas de crianças. Este número marca um aumento dramático em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registados 41 óbitos, refletindo uma escalada significativa de casos e fatalidades devido à doença.
O governador de Cabo Delgado, Valige Taubo, alertou para o crescente impacto da malária na província, que registrou um aumento de 32% no número de casos. Em 2024, foram diagnosticados 1.679.035 casos de malária, contra 1.270.188 no ano de 2023. Este aumento expressivo foi acompanhado por uma elevação no número de mortes, com um acréscimo de 95% em relação a 2023.
Durante sua participação no Fórum Provincial da Malária, realizada nesta sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025, o governador destacou que, apesar dos esforços contínuos, a situação continua a exigir ações urgentes e mais eficazes para combater o avanço da doença.
“Os dados são claros. Em 2024, a província registou um aumento alarmante de casos, e as mortes dispararam. Com 80 óbitos este ano contra 41 no ano passado, estamos diante de um cenário crítico que exige uma resposta coordenada e eficaz”, afirmou Valige Taubo.
Em um esforço para conter o aumento de casos e diminuir a mortalidade, no presente ano, a província receberá um total de 1.771.400 redes mosquiteiras, que beneficiarão cerca de 797.114 agregados familiares. A medida faz parte de um esforço maior para aumentar a cobertura preventiva e reduzir o número de novas infeções. A distribuição será focada especialmente em áreas de alto risco, onde a malária tem causado maior impacto.
"Para combater o aumento de casos que tem se registado, através do programa de controlo da malária, vamos distribuir 1.771.400 redes mosquiteiras para beneficiar cerca de 797.114 agregados familiares, no presente ano”, explicou o governador.
A prevalência da malária em Moçambique em crianças menores de 5 anos é de 32%, sendo 38% na província de Cabo Delgado, a segunda mais alta do país. (x)
Por: Bonifácio Chumuni
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O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, abordou diretamente a situação de segurança em Cabo Delgado durante o seu primeiro comício popular desde a sua posse, realizado na cidade de Pemba a 24 de fevereiro de 2025. O evento fez parte da visita do chefe de Estado à província, que terá a duração de dois dias.
Na ocasião, o Presidente afirmou que, ao longo dos últimos oito anos, a província tem sido alvo de um movimento organizado que visa promover o extremismo violento, com o objetivo de desestabilizar o país e afetar diretamente a população moçambicana.
Chapo sublinhou que a violência em Cabo Delgado não se trata de um mero fenómeno criminal, mas sim de uma estratégia organizada de destruição e caos, com efeitos devastadores para a infraestrutura local e para as comunidades afetadas.
“Esta guerra não é um simples ato de vandalismo. Trata-se de uma organização com o objetivo explícito de matar o povo, destruir infraestruturas, arrasar estradas e queimar casas”, declarou o Presidente da República, Daniel Chapo.
Chapo comparou a atual crise à guerra civil que devastou Moçambique por 16 anos, lembrando que, assim como ocorreu no período pós-independência, as forças envolvidas inicialmente eram tratadas como simples criminosos. Contudo, logo se percebeu que o conflito era muito mais complexo e grave.
“No início, pensávamos que eram apenas ladrões. Mas logo percebemos que estavam ali para algo muito mais grave, matar o povo moçambicano. A guerra que enfrentamos hoje em Cabo Delgado é muito mais organizada e estruturada, com um objetivo claro de desestabilizar a nossa nação”, explicou.
O Presidente também criticou a ideia de que o terrorismo na região seria causado pela falta de emprego e recursos. Para Chapo, essa explicação não se sustenta, pois, em outras províncias do país, como Maputo, Manica e Niassa, onde também existem desafios socioeconômicos, não se verifica a ocorrência de terrorismo.
"Na altura, dizia-se que o terrorismo era fruto do desemprego em locais como Palma, Mocimboa da Praia, Macomia e Nangade. Mas, em lugares como Maputo, Manica e Niassa, onde não há escassez de emprego, não vemos terrorismo. Então, surge a pergunta: por que o terrorismo ocorre apenas nas regiões onde existem recursos naturais, como o gás?”, questionou o chefe de Estado.
Chapo também abordou a tentativa de vincular o terrorismo à religião islâmica, defendendo que tal narrativa é errada.
“Tentaram associar o terrorismo à religião islâmica, mas isso não é verdade. Nenhuma religião verdadeira prega o ódio entre seres humanos. A realidade é que estamos a lidar com um movimento organizado, cujo objetivo é desestabilizar o país e explorar os recursos naturais de Cabo Delgado”, afirmou.
Por fim, o Presidente reafirmou o compromisso do governo em garantir a segurança da população de Cabo Delgado e eliminar os terroristas responsáveis pela destruição e sofrimento na província.
Este foi o primeiro comício do Presidente Daniel Chapo após a sua posse. Durante a sua visita à província de Cabo Delgado, o chefe de Estado também anunciou que, pela primeira vez no novo governo, o Conselho de Ministros será realizado fora da capital, Maputo, tendo a cidade de Pemba sido escolhida como o local para o evento.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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O Presidente da República, Daniel Chapo, presidiu esta segunda-feira, em Pemba, à Sessão Extraordinária do Conselho Executivo Provincial de Cabo Delgado, que contou com a participação do Conselho dos Serviços de Representação do Estado na província e dos administradores distritais. Durante o evento, Chapo reiterou a necessidade de um combate “implacável” à corrupção dentro da administração pública, destacando que essa é uma prioridade do seu governo.
Na sua intervenção, o chefe de Estado sublinhou a importância da coordenação eficiente entre as instituições provinciais, considerando que a colaboração entre o Conselho Executivo Provincial e o Conselho dos Serviços de Representação do Estado tem permitido a obtenção de informações completas, fundamentais para uma análise mais eficaz.
“Com o excelente trabalho conjunto das duas instituições, conseguimos uma visão abrangente que nos permite tomar decisões mais informadas”, afirmou.
Chapo também abordou a questão do pagamento de subsídios aos líderes comunitários, ressaltando o papel desses atores na mediação entre a população e o governo.
“Vamos reunir com os líderes comunitários para entender melhor o andamento deste assunto, que é fundamental para a interação com a população”, declarou. O Presidente mencionou, ainda, as pendências relacionadas ao pagamento de horas extras nos setores da educação e saúde, garantindo que o Governo está implementando um plano faseado para resolver as dívidas acumuladas.
Por fim, Daniel Chapo reforçou a importância de uma abordagem rigorosa e contínua no combate à corrupção, enfatizando que este desafio deve ser enfrentado sem concessões em todos os níveis da administração pública. O Presidente sugeriu a criação de uma matriz de perguntas e respostas, que servirá para aprimorar o acompanhamento dos desafios identificados e garantir uma gestão mais eficiente das políticas públicas em Cabo Delgado.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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Durante um comício popular nesta segunda-feira (24.02.2025) em Pemba, Cabo Delgado, o Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou que os grupos terroristas que actuam na província, não tem diferença com os 'Namparamas' que tem vindo a matar pessoas nos últimos tempos.
O Presidente da República afirmou que, estes que se intitulam de 'Namparamas' e matam os outros não são verdadeiros.
“Não há diferença entre o que os terroristas estão fazendo hoje, matar nosso povo, atacar esquadras da polícia e roubar armas e o que se fala sobre os Naparamas. Sabemos que os Naparamas se organizavam nas comunidades para defender o povo. Esses ‘Namparamas’ que matam o povo, não são os verdadeiros Namparamas.”
Chapo destacou que os Naparamas originais tinham como objectivos proteger as pessoas, enquanto os grupos armados de hoje têm causado destruição e sofrimento. Ele enfatizou que, apesar de usarem o nome "Namparamas", os terroristas não representam os valores de resistência e defesa das comunidades que marcaram a história do movimento.
O Presidente apelou para a união nacional no combate ao terrorismo, destacando que os verdadeiros Namparamas foram aqueles que lutaram pela liberdade e pela paz, ao contrário dos insurgentes que agora atacam as populações. “Precisamos trabalhar como moçambicanos para vencer, assim como vencemos o colonialismo português”, concluiu Chapo. (x)
Por: Zumbo FM Notícias
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No seu primeiro comício popular desde a tomada de posse, o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, fez declarações contundentes em Pemba, na província de Cabo Delgado, sobre a importância da paz e estabilidade para o desenvolvimento do país.
O chefe de Estado reafirmou de forma clara e direta que o progresso de qualquer nação é impossível sem a garantia de um ambiente seguro, livre de violência e ações destrutivas.
“Não há nenhum país que se desenvolva com bandidos, não há nenhum país que se desenvolva com ladrões, não há nenhum país que se desenvolva com manifestações violentas que atacam os outros, que destroem bens públicos e privados”, afirmou Daniel Chapo.
Durante o evento, o Presidente destacou que, para alcançar o desenvolvimento pleno, Moçambique precisa trabalhar de forma unificada, com todos os cidadãos, do norte ao sul do país, comprometidos com a paz e a prosperidade.
“Nós vamos trabalhar para acabar com isso, como um povo unido, do Ruvuma ao Maputo”, garantiu o líder moçambicano, reforçando seu compromisso com a estabilidade e o progresso de todas as regiões.
Nos últimos meses, Moçambique tem enfrentado uma série de manifestações violentas, que resultaram na destruição de bens públicos e privados, saques em estabelecimentos comerciais e danos materiais significativos. As manifestações, muitas vezes lideradas por grupos descontentes com a situação política e econômica do país, também têm levado a confrontos com as autoridades, deixando um rastro de prejuízos e agitação.
Um dos principais episódios foi a série de protestos liderados por Vênancio Modlane, ex-candidato presidencial, que geraram grandes tumultos e levantaram preocupações sobre o impacto desses eventos na imagem do país e no clima de segurança.
A fala do Presidente Daniel Chapo, portanto, surge em um momento de tensão, com a necessidade urgente de restabelecer a ordem e garantir um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável, sem a ameaça de violência ou destruição.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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A petrolífera francesa TotalEnergies, responsável pela exploração de gás natural liquefeito na Área 1 da Bacia do Rovuma, no distrito de Palma, norte da província de Cabo Delgado, iniciou finalmente as negociações com os camponeses locais. Estes reivindicam terras e outros benefícios que, segundo eles, não foram cumpridos pela multinacional, apesar dos acordos firmados no âmbito da exploração de recursos minerais na região.
Antes das negociações formais, a TotalEnergies propôs uma compensação de 250 mil meticais aos camponeses afetados. No entanto, o valor foi amplamente rejeitado pelas comunidades, que continuam a exigir mais do que o montante oferecido. Além disso, uma das principais reivindicações é a disponibilização de terras para cultivo, uma vez que a exploração de gás está afetando as suas áreas de produção agrícola.
De acordo com uma fonte bem posicionada na sede do distrito de Palma, as negociações com os camponeses de Mecúbi, Macala, Mangala e Palma-sede estão em andamento, com a próxima rodada prevista para a aldeia de Macala. A comunidade, que continua a debater a proposta de 250 mil meticais, espera que as discussões se estendam para outras áreas afetadas nos próximos dias.
"As negociações com a TotalEnergies estão em andamento, e a comunidade voltou a discutir os 250 mil meticais, levando a questão para a mesa de debate na aldeia de Macala, e espera-se que, nos próximos dias, a situação se estenda a outras regiões. Depois das comunidades de Macala, que reivindicam suas terras, ainda há problemas sem solução. Até agora, o governo disponibilizou 250 mil meticais, mas as comunidades recusaram. Quando o dinheiro foi destinado às aldeias de Quituco e Quituda, os moradores também rejeitaram, pois continuam a exigir suas terras. Até o momento, não há solução à vista", disse a fonte.
As comunidades de Quituco e Quituda também rejeitaram a proposta de compensação, reforçando a exigência por terras para cultivo. As autoridades locais, incluindo o governo provincial, já disponibilizaram o montante de 250 mil meticais, mas essa quantia foi amplamente recusada, uma vez que não cobre as expectativas das populações afetadas. A situação continua a gerar um impasse, sem solução à vista.
Além das questões financeiras, as comunidades exigem a devolução de terras que foram ocupadas pelo projeto de gás natural. Ao todo, são quatro aldeias que exigem que a TotalEnergies disponibilize essas terras para cultivo: Mecúbi, Macala, Mangala e Palma-sede. O processo de negociação já foi iniciado em Macala, e espera-se que as discussões se intensifiquem nas demais aldeias nos próximos dias.
A Zumbo FM Notícias segue acompanhando de perto as negociações, com o compromisso de informar os ouvintes e leitores sobre o andamento das discussões e os possíveis desdobramentos dessa situação que continua a gerar tensões nas comunidades afetadas.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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O Administrador do distrito de Chiúre, Oliveira Amimo, acusou a autarquia local, gerida pelo partido Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), de bloquear a assistência humanitária à população afetada pelo ciclone tropical CHIDO. Durante a Conferência Anual de Coesão Social, realizada em Pemba no dia 19 de Fevereiro de 2025, Amimo afirmou que a edilidade tem retido informações essenciais, o que tem impedido uma resposta eficaz à crise humanitária no distrito.
A falta de colaboração entre o governo distrital e a autarquia tem gerado um ambiente de desconfiança, comprometendo a coordenação das ações de apoio às vítimas do ciclone. Amimo destacou que, apesar dos esforços do governo distrital, a ineficiência na partilha de informações, principalmente sobre o número de afetados, tem resultado na falta de assistência a várias áreas de Chiúre.
"Nós temos algumas especificidades ao nível do distrito de Chiúre em que o Governo está a agir neste momento com a presença de dois políticos, temos o partido Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) a gerir ao nível da autarquia, e ao nível do distrito, está a gerir o governo distrital, portanto, isso é uma fonte de muitas contradições que nós de facto precisamos da coesão social", afirmou o Administrador.
De acordo com Amimo, no início da crise, foi acordado com a edilidade que seria feito um levantamento dos afetados pelo ciclone, mas, no dia marcado para a ação, a autarquia não compareceu. Essa falha na comunicação resultou em pelo menos cinco bairros de Chiúre sem qualquer tipo de assistência humanitária.
"Eles deveriam nos dar informações, mas simplesmente não vieram, e como consequência, nós ficamos com volta de cinco bairros sem, ao nível autárquico, que não tiveram assistência humanitária por causa dessa disponibilização da informação", lamentou Amimo, que também se mostrou frustrado com a situação.
Segundo o governante, a crise de comunicação entre as partes envolvidas tem dificultado a gestão da crise pelo governo distrital, que continua a ser cobrado pela população.
"Isso dificulta como autoridade, tanto como do próprio Distrito", disse Amimo, explicando que a falta de colaboração da autarquia tem prejudicado a ação governamental.
Em resposta às acusações, o edil de Chiúre, Alicora Intutunha, negou qualquer obstáculo à assistência humanitária e afirmou que a colaboração entre a autarquia e o governo distrital sempre existiu. Em entrevista à Zumbo FM Notícias neste sábado, 22 de Fevereiro de 2025, Intutunha alegou que as informações recebidas pelo Administrador não correspondem à realidade, destacando que, embora apenas quatro bairros não tenham recebido assistência, a autarquia tem colaborado desde o início.
"Se então, se diz que o Presidente do município não colaborou. Eu tenho a certeza de que colaboramos, até o próprio senhor Administrador talvez que nos deu as costas", disse Intutunha.
O distrito de Chiúre, localizado na província de Cabo Delgado, tem enfrentado múltiplos desafios desde o agravamento da crise humanitária na região, que inclui o impacto dos conflitos armados e a devastação causada por ciclones. O partido RENAMO, actualmente a gerir a autarquia de Chiúre, é um dos principais actores políticos da província, frequentemente em desacordo com as autoridades governamentais locais. (x)
Por: António Bote
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Durante a Conferência Anual de Coesão Social, realizada entre 19 e 20 de Fevereiro de 2025 em Pemba, Abudo Gafuro, fundador da organização não governamental Kwendeleya, fez duras declarações sobre a situação em Cabo Delgado, especialmente em relação ao impacto da ajuda humanitária na vida das crianças da província.
"Conheço mais de 100 crianças, abaixo de 18 anos, todas elas grávidas só por causa de um saco de arroz de 25kg e 5 litros de óleo da cozinha que o Estado moçambicano vai pagar caro", revelou Gafuro, denunciando como as promessas de ajuda podem acabar gerando consequências devastadoras para as jovens da região.
O fundador da Kwendeleya ainda ressaltou a necessidade de um modelo de desenvolvimento mais sustentável e de responsabilidade local: "Queria dizer que, para podermos promover a justiça social e combater as desigualdades, de acordo com as pesquisas que faço nas comunas, precisamos saber a quantidade de recursos explorados na província de Cabo Delgado que saem. Precisamos saber a quantidade de carvão que sai de Balama, precisamos saber sobre os rubis e outras pedras que lá saem, como é feita a planificação para alcançarmos a autossuficiência no processo de agricultura na província de Cabo Delgado, para podermos deixar de depender constantemente do PMA e evitar as vergonhas das gravidezes indesejadas causadas por essa ajuda que tanto prejudica os sonhos das raparigas", desabafou.
Gafuro também criticou a atitude de atores externos que, segundo ele, estão mais preocupados com interesses pessoais do que com o bem-estar da população: "Os vossos atores, que sobem de avião de Maputo para Pemba para vir trabalhar, limitam-se a engravidar nossas sobrinhas, nossas irmãs, por causa de um saco de arroz, matando sonhos, matando esperanças de uma família", disse.
A falta de políticas eficazes e de responsabilização dos agentes envolvidos, segundo Gafuro, é uma das principais causas da situação difícil em que se encontra Cabo Delgado.
"A falta de responsabilização e a ausência de políticas de implementação através dos atores locais faz com que a província passe por tudo o que está a passar."
O apelo final de Gafuro foi direcionado ao potencial de recursos locais não aproveitados para promover o desenvolvimento.
"Cabo Delgado é um dos grandes produtores de gás natural no mundo. A fábrica de produção e processamento desse gás está instalada na Itália. Se estabelecêssemos uma fábrica num dos distritos da província de Cabo Delgado, esse gás magnífico que eu vi... mas se fabricássemos esse gás localmente, quanta mão-de-obra direta e indireta poderia ajudar a província, evitando assim a insurgência?"
O discurso de Gafuro trouxe à tona uma reflexão urgente sobre as políticas e práticas de ajuda humanitária, destacando a necessidade de um planejamento mais estratégico e sensível às realidades locais. (x)
Por: António Bote
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Um dos principais destinos turísticos da província de Cabo Delgado encontra-se atualmente com a atividade turística paralisada devido à passagem do ciclone tropical "Chido" em dezembro último, que deixou dezenas de pessoas ao relento no distrito de Mecúfi.
A informação foi avançada na passada quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025, pelo administrador de Mecúfi, Fernando Neves, numa entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, momentos após a realização de um workshop sobre princípios e desafios humanitários em Cabo Delgado.
Segundo o dirigente, o turismo está parado desde a passagem do ciclone tropical "Chido", a 15 de dezembro de 2024, que destruiu diversas infraestruturas.
"O turismo, podemos dizer, parou um pouco neste momento devido ao ciclone, mas há um esforço conjunto entre os operadores turísticos e o governo para alavancar esse setor, que contribui para o desenvolvimento não só de Mecúfi, mas também da província e do país", afirmou Fernando Neves.
O administrador destacou ainda que, apesar dos transtornos causados pelo ciclone, a população de Mecúfi demonstrou resiliência e que o governo e os parceiros estão a envidar esforços para que o distrito volte à normalidade.
"Neste momento, sentimo-nos resilientes. O passo que estamos a seguir é focar na reconstrução dos danos causados pelo ciclone Chido. Os serviços estão a fluir, a saúde está a funcionar normalmente, o ano letivo arrancou sem sobressaltos e, agora, é arregaçarmos as mangas, reconstruirmos o que perdemos e unirmos esforços com o governo e parceiros para que Mecúfi volte a ser o que era antes do ciclone", avançou.
Mecúfi é um distrito da província de Cabo Delgado, em Moçambique, com sede na vila de Mecúfi. Faz fronteira a norte com o município de Pemba e com o distrito de Metuge, a oeste com o distrito de Ancuabe, a sul e sudoeste com o distrito de Chiúre e a leste com o Oceano Índico. É considerado um dos destinos turísticos mais prestigiados da província. (x)
Por: Esperança Picate
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