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Ivan

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O Programa de Resiliência e Desenvolvimento Integrado do Norte de Moçambique (PREDIN), que recebeu um investimento de 2 bilhões de dólares, está a enfrentar sérias dificuldades na sua implementação, alcançando apenas 30% de progresso após três anos de atividades.

Com uma duração de cinco anos, o projeto visa impulsionar o desenvolvimento e a resiliência nas províncias do norte do país, incluindo Cabo Delgado, Niassa e Nampula. No entanto, falhas na coordenação entre diversos parceiros responsáveis têm comprometido o andamento das ações planejadas.

A revelação foi feita pelo Presidente Executivo da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), Jacinto Loureiro, em declarações a imprensa, durante um evento realizado em Pemba, capital de Cabo Delgado, nesta terça-feira, 18 de fevereiro.

O evento teve como objetivo divulgar as novas atribuições da ADIN, bem como os mecanismos de coordenação revisados, alinhados à aprovação do Decreto nº 85/2024, que reformula o Decreto nº 9/2020 e estabelece novas diretrizes para o funcionamento da agência.

“O PREDIN é um projeto com um investimento substancial de 2 bilhões de dólares, aproximadamente 2 mil milhões de meticais, mas a execução está a apenas 30%. Embora tenha o apoio de vários parceiros, a falta de uma coordenação eficaz entre as agências responsáveis é o principal obstáculo para o progresso”, afirmou o Presidente da ADIN.

O projeto envolve diversas iniciativas nas áreas de infraestrutura, agricultura e capacitação, com o objetivo de promover a estabilidade e o desenvolvimento nas regiões do norte de Moçambique, que enfrentam desafios significativos, como a insurgência armada e dificuldades econômicas. No entanto, três anos após o seu lançamento, o progresso de apenas 30% evidencia as dificuldades de alinhamento e colaboração entre as entidades envolvidas.

O Presidente Executivo da ADIN fez um apelo para a aceleração da execução dos projetos, observando que alguns apresentam um índice de execução inferior a 5%.

“É urgente que aceleremos a implementação de certos projetos, que estão paralisados ou com um progresso muito lento, alguns projectos estão com execução financeira de 5 %. Como ADIN, estamos a trabalhar incansavelmente para garantir que o desenvolvimento da região norte seja mais eficiente e que a população possa sentir os impactos positivos”, acrescentou.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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Os transportadores que percorrem a Estrada Nacional 380, a principal via que conecta os distritos do norte de Cabo Delgado, como Macomia, Muidumbe, Mocímboa da Praia e Palma, enfrentam uma realidade de constante medo e insegurança devido aos recorrentes ataques terroristas na região.

A estrada, crucial para o transporte de grandes cargas e o desenvolvimento local, tem se tornado um caminho perigoso, colocando em risco tanto os transportadores quanto os passageiros.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, esta segunda-feira (17.02.2025), Cassimo Salimo, presidente da Associação dos Transportadores de Cabo Delgado, relatou as difíceis condições enfrentadas pelos profissionais do setor de transporte.

“Viajar pela EN 380 tornou-se um ato de coragem. Nossos motoristas estão aterrorizados, temendo que cada viagem possa ser a última. Não há segurança garantida em nenhum momento”, afirmou Salimo.

A fonte também enfatizou que, apesar dos riscos, muitos transportadores continuam a realizar as viagens devido à necessidade de sustentar suas famílias.

Estamos indo, mas de forma voluntária e arriscada. As pessoas precisam do ganho diário, mas a cada quilômetro o medo aumenta. Precisamos de uma resposta imediata do governo”, completou.

Nos últimos meses, a situação se agravou com a colocação de explosivos artesanais ao longo da EN 380, colocando em risco não apenas os transportadores, mas também os passageiros que dependem dessa via para suas atividades diárias. A estratégia de ataques tem gerado pânico e incerteza, prejudicando a circulação de bens essenciais e afetando a economia local.

Salimo fez um apelo às autoridades para uma ação mais eficaz na garantia da segurança da estrada.

“Esperamos que o governo tome medidas urgentes para garantir que possamos realizar nossas atividades sem riscos. Precisamos de segurança para trabalhar e sustentar nossas famílias. A situação é insustentável e exige uma resposta mais forte”, concluiu.

A EN 380, que também é estratégica para os projetos de exploração de gás natural na Bacia do Rovuma, desempenha um papel vital no comércio e no transporte de bens essenciais. No entanto, a crescente insegurança tem forçado os motoristas a adotar medidas de precaução extremas, ao mesmo tempo em que enfrentam a constante ameaça de emboscadas e ataques de grupos armados.

O ataque mais recente ocorreu no último sábado, 15 de fevereiro de 2024, na aldeia de Natandola, localizada entre Muidumbe e Mocímboa da Praia.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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O Presidente da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), Jacinto Loureiro, alertou que a possível suspensão de projetos financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) pode comprometer significativamente o progresso da região norte de Moçambique.

A USAID tem investido cerca de 4,2 milhões de dólares em diversas iniciativas na região, abrangendo áreas como desenvolvimento comunitário, fortalecimento econômico e apoio a populações vulneráveis. No entanto, a incerteza sobre a continuidade desse financiamento levanta preocupações quanto ao impacto no crescimento socioeconômico da província.

A preocupação foi expressa por Jacinto Loureiro nesta terça-feira, 18 de fevereiro de 2025, durante um evento de divulgação das novas atribuições e mecanismos de coordenação da ADIN. O encontro ocorreu no contexto da aprovação do Decreto nº 85/2024, de 25 de novembro, que revisa o Decreto nº 9/2020, de 18 de março, estabelecendo novas diretrizes para o funcionamento da agência.

"A USAID tem vários projetos em Cabo Delgado, com um investimento de 4,2 milhões de dólares. Não estamos a dizer que estamos em condições de avançar sem a USAID, mas trabalhar com a sua parceria seria muito melhor." - Afirmou Jacinto Loureiro.

Apesar da incerteza quanto à manutenção do apoio, o Presidente da ADIN destacou a importância da agência norte-americana como um parceiro estratégico para o desenvolvimento da região.

"Assim, contamos com todos os parceiros e aguardamos uma posição oficial sobre a USAID, reconhecendo que é um grande aliado no desenvolvimento de Cabo Delgado e de Moçambique." - Acrescentou.

A eventual suspensão do financiamento pode afetar diretamente programam voltada à reconstrução de comunidades afetadas pelo conflito armado, à criação de oportunidades de emprego e ao fortalecimento das economias locais.

A ADIN reforça a necessidade de colaboração entre o governo, organizações internacionais e o setor privado para garantir a continuidade dos projetos estratégicos, considerados essenciais para o desenvolvimento sustentável do norte do país.

A Agência de Desenvolvimento do Norte foi criada em 2020, no contexto do extremismo violento na província de Cabo Delgado, para a promoção de ações de caráter multiforme, visando o desenvolvimento socioeconômico das províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte do país.(x)

Por: Bonifácio chumuni

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A cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, vive um clima de crescente insegurança devido à onda de assaltos que atinge, principalmente, os moto-taxistas da urbe.

Em entrevista à Zumbo FM Notícias, nesta quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025, moto-taxistas relataram o aumento das agressões e a sensação de constante medo devido à onda de assaltos.

Miguel Mussa, de 34 anos, que trabalha há mais de cinco anos como moto-taxista na cidade, relatou.

“Trabalhamos com medo o tempo todo. Os assaltos estão cada vez mais frequentes, e a cada dia estamos mais expostos.”

Segundo Mussa, os criminosos agem com total ousadia, intensificando a violência e deixando as vítimas cada vez mais vulneráveis.

“Perdi a conta de quantas vezes fui assaltado ou vi colegas sendo vítimas. Já tivemos motos roubadas, e nem sempre conseguimos recuperar os bens”, lamentou.

João Alberto, de 30 anos, também moto-taxista, afirmou que a insegurança tem afetado diretamente o setor de transporte na cidade.

“A situação está insustentável. A cada semana, mais motoristas são atacados. Ninguém se sente seguro, e o trabalho está se tornando cada vez mais perigoso”, declarou.

Além da violência, a falta de iluminação pública em várias áreas da cidade tem sido apontada como um dos principais fatores que contribuem para os ataques.

Pedro Fernandes, que trabalha em um dos pontos mais afetados, sugeriu ao Conselho Municipal de Pemba que invista na melhoria da iluminação pública.

“As ruas não têm boa iluminação, e algumas estão em péssimas condições. Se houvesse mais investimentos em segurança e iluminação, muitos pontos vulneráveis aos criminosos seriam evitados”, sugeriu.

Em resposta à crescente onda de violência, outro moto-taxistas, Kelvin Ernesto, pediu aumento no patrulhamento policial para reduzir os ataques.

“A Polícia da República de Moçambique (PRM) precisa intensificar a fiscalização nas áreas mais afetadas”, destacou.

Na última segunda-feira, 17 de fevereiro, durante uma conferência de imprensa, a PRM de Cabo Delgado reconheceu o aumento de casos de criminalidade na cidade e expressou preocupação com a segurança da população. A polícia garantiu que continuará a trabalhar para melhorar as condições de segurança e evitar novos ataques.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A informação foi avançada nesta quarta-feira 19 de Fevereiro de 2025, pelo porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, após a realização da V Sessão Ordinária do Conselho de Ministros na cidade capital de Moçambique.

Inocêncio Impissa avançou que, há um trabalho que está sendo feito pelo Governo e os sectores económicos, para avaliar e analisar a probabilidade da redução do custo de vida no país.

"Sobre o custo de vida, é importante esclarecer que o exercício de redução dos custos de produtos essênciais de quaisquer que sejam, sua excelência Presidente da República a poucas horas fez referência, a necessidade e fazer analise para ver aonde pode aliviar efetivamente o custo de vida para as populações, para que as devidas populações tenham a capacidade de pelo menos ter o básico. Não posso adiantar de facto mas há um trabalho que está sendo feito, pelos sectores económicos tem estado a desenvolver um trabalho para ver de facto aonde se diminuí e onde se retira, sem necessidade ou por em causa os produtores, os comeciantes, os fatores de produção entre outros", explicou.

Aquele porta-voz, fez saber ainda que, enquanto a população continuar a destruir infraestruturas públicas e privadas, paralisando a economia, bloquear as estradas, será difícil reduzir o custo de vida no país

"Enquanto as manifestações continuarem, mesmo com a redução do custo de vida, a vida vai ficar mais difícil ainda, porque o pouco que existe disponível hoje para os moçambicanos, deveria ser acarinhado, deveria ser considerado e respeitado, agora, mandar cortar energia, porque o outro não tem energia não vai resolver o problema, paralisar a estrada, paralisar a economia não vai ajudar para a redução do custo de vida, destruir estradas, destruir escolas, mandar crianças a parar de estudar, não reduz o custo de vida", concluiu o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa. (x)

Por: Esperança Picate

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A petrolífera italiana Eni vai avançar com o projeto Coral Norte, a segunda plataforma flutuante de gás natural liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. O empreendimento deverá gerar receitas para o Governo moçambicano, ajudando a aliviar a crise de liquidez nos cofres públicos.

De acordo com o Jornal de Negócios, a Eni já opera a Coral Sul desde novembro de 2022, tendo registado até junho de 2024 63 carregamentos de GNL, totalizando 4,48 milhões de toneladas. Como se trata de uma operação offshore, a petrolífera não é diretamente afetada pela instabilidade em Cabo Delgado, onde ataques terroristas forçaram a suspensão do megaprojeto de gás da TotalEnergies.

O mesmo jornal destaca que a crise económica moçambicana se agravou após a contestação popular dos resultados das eleições de 9 de outubro de 2024, resultando na escassez de receitas e dificuldades na captação de divisas. Para mitigar esse cenário, o Governo poderá avançar com uma desvalorização do metical, o que pressionará ainda mais os preços.

O Presidente Daniel Chapo admitiu, a 16 de fevereiro, a possibilidade de isentar produtos de primeira necessidade do IVA e intervir na redução do preço dos combustíveis, numa tentativa de aliviar o custo de vida.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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Após meses de resistência, os comerciantes de Mocímboa da Praia finalmente começaram a ocupar o mercado central da vila, construído pela tropa ruandesa no bairro Pamunda. A mudança ocorre depois de sucessivas pressões do Conselho Municipal, que vinha insistindo para que os vendedores abandonassem os pontos informais de comércio e passassem a operar na nova infraestrutura.

A relutância dos comerciantes em utilizar o espaço estava ligada a desconfianças sobre o envolvimento das forças ruandesas em atividades além do combate ao terrorismo. Muitos questionavam a construção do mercado por tropas estrangeiras, argumentando que sua presença na região deveria se limitar às operações militares contra grupos insurgentes.

A Zumbo FM Notícias ouviu, com exclusividade, comerciantes que anteriormente exerciam suas atividades na zona do Massapateiro. Segundo eles, a adesão ao novo mercado já está em curso, embora ainda haja desafios a serem superados.

“O mercado já está em funcionamento, e alguns comerciantes estão a construir lojas dentro do recinto. No entanto, ainda há pouca movimentação de clientes, porque esta área fica um pouco afastada do centro.”– afirmou Momade Momade, vendedor de produtos cosméticos.

Apesar da abertura do mercado e da instalação dos comerciantes, há preocupações em relação ao fluxo de clientes.

“As vendas já começaram, e há comerciantes a erguer novas estruturas. Aqui encontramos frutas, legumes e outros produtos alimentares. O mercado fica localizado no bairro Pamunda.” – Disse Bela Santos.

A Zumbo FM Notícias já havia reportado anteriormente sobre a insatisfação de alguns vendedores, que alegavam estar a ser forçados pelo município a ocupar o espaço. Na ocasião, as autoridades municipais negaram qualquer imposição e afirmaram que a presença da polícia no local teve apenas o objetivo de auxiliar no transporte dos produtos para o novo mercado.

Agora, com a adesão gradual dos comerciantes, resta saber se o novo espaço conseguirá atrair a clientela e impulsionar a atividade comercial na vila, que continua a recuperar-se dos impactos do conflito na região. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A crise de confiança nas instituições públicas de Cabo Delgado tornou-se uma realidade alarmante, com os cidadãos cada vez mais desconfiados dos serviços prestados pelo Estado.

Durante uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias na última terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025, o Procurador da Procuradoria Geral da República (PGR), em Cabo Delgado e Ponto Focal para a área de Combate à Corrupção, Amilton Menete, abordou a situação crítica que afeta as instituições públicas, destacando a perda de confiança por parte da população.

"Há uma ruptura entre o cidadão e todas as instituições do Estado. Estamos numa crise generalizada. A falta de confiança resultou na descredibilização das instituições públicas, devido ao comportamento de certos servidores públicos", afirmou Menete, reconhecendo que a desconfiança gerada por ações de alguns servidores públicos comprometeu a relação do cidadão com o Estado.

O Procurador destacou que, ao longo do tempo, os comportamentos irregulares e a falta de integridade por parte de alguns servidores públicos contribuíram para a desconfiança generalizada. Isso levou à desvalorização das instituições do Estado e ao afastamento do cidadão das suas estruturas, gerando um ciclo de descredibilização que afeta diretamente o funcionamento da administração pública.

"Os cidadãos não confiam em nenhuma instituição do Estado. Essa falta de confiança é reflexo de comportamentos que foram praticados e que provocaram uma crise em todas as instituições públicas", disse Menete, sublinhando que a crise é uma consequência direta da falta de ética e transparência. 

o final da entrevista, Menete fez um apelo urgente a todos os servidores públicos para que trabalhem na recuperação da imagem e da confiança das instituições.

"Apelo a todo servidor público no exercício das suas funções, em particular aqui na província de Cabo Delgado, que paute sempre pela integridade. Agindo assim, nos haveremos de resgatar a confiança da nossa instituição pública", afirmou o Procurador.

Ele enfatizou que é necessário que os cidadãos voltem a acreditar na capacidade das instituições públicas de resolver seus problemas de forma transparente e justa.

"O cidadão deve se sentir confiante ao dirigir-se à Procuradoria. Deve ir à Procuradoria com a certeza de que o seu caso será resolvido, e que a justiça será feita", concluiu Menete, reiterando a importância de que as instituições públicas não sejam condicionadas a pagamentos indevidos ou qualquer tipo de vantagem.

Com este reconhecimento e apelo, Menete reafirmou o compromisso da Procuradoria em combater a corrupção e restaurar a credibilidade das instituições públicas, para que os cidadãos possam novamente confiar no sistema e nas soluções oferecidas pelo Estado. (x)

Por: António Bote

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A província de Cabo Delgado continua a enfrentar grandes desafios no combate à corrupção, com 42 processos de corrupção de 2024 ainda em andamento no início de 2025. Esses casos são um reflexo da complexidade das investigações e das dificuldades operacionais enfrentadas pela Procuradoria da República. Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, realizada na última terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025, o Procurador da República e Ponto Focal para a área de Combate à Corrupção na província, Amilton Menete, forneceu detalhes sobre esses processos e os obstáculos que impactam a efetividade da justiça.

"No ano passado, tivemos um cumulativo de 62 processos, de janeiro a dezembro de 2024, dos quais 20 foram concluídos e 42 transitaram para o ano de 2025. Estamos com 44 processos até esta data", afirmou Menete, destacando que, apesar dos esforços, a maioria dos casos ainda não foi resolvida.

Menete explicou que a instrução dos processos de corrupção em Cabo Delgado é um desafio considerável.

"Instruir um processo de corrupção não é uma tarefa fácil, é diferente dos outros tipos legais de crime, como furto ou roubo. A complexidade é diferente. É muito difícil provar que alguém cometeu crime de corrupção, é difícil também produzir provas para alguém que está sendo suspeito de desvio de fundos. São provas que exigem muitos intervenientes", afirmou o Procurador. Esse cenário torna o trabalho da Procuradoria ainda mais difícil, principalmente em um contexto de escassez de recursos.

Outro grande desafio, segundo Menete, são as áreas de difícil acesso e afetadas pela violência terrorista, como Macomia, Muidimbe e Mocímboa da Praia. A insegurança nessas regiões compromete a realização de investigações e atividades preventivas.

"Toda atividade comporta desafios. Em áreas como Macomia ou Mocímboa da Praia, onde os ataques terroristas são frequentes, é muito difícil realizar investigações ou implementar atividades preventivas. Como viabilizar isso? É um pouco difícil", disse Menete, destacando a dificuldade de atuar em locais de alto risco.

Além da insegurança, a falta de recursos financeiros é um obstáculo significativo para o trabalho da Procuradoria. Menete relatou que a situação econômica da província afeta diretamente a execução das ações de combate à corrupção.

"Estamos a falar do ponto de vista económico e financeiro, com exiguidade orçamental. Estamos com défice, e isso não afeta apenas a Procuradoria, mas qualquer outra instituição do Estado. Estamos num momento não muito bom, com situações de falta de recursos financeiros para realizar algumas atividades", afirmou o Procurador, ressaltando que a falta de verbas dificulta até o deslocamento para investigar casos de corrupção.

Apesar desses desafios, Menete garantiu que a Procuradoria não vai desistir de sua missão.

"Apesar desses desafios que enfrentamos, nós fazemos nosso trabalho, nunca paramos", concluiu o Procurador, reafirmando o compromisso da Procuradoria em continuar a combater a corrupção, mesmo diante das adversidades.

A luta contra a corrupção em Cabo Delgado, portanto, continua sendo um desafio constante. Com 42 processos de 2024 ainda em andamento e a chegada de novos casos em 2025, o caminho é longo. No entanto, a determinação das autoridades permanece firme, mesmo com os desafios de segurança e a falta de recursos. (x)

Por: António Bote

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O Ministério Público em Cabo Delgado investiga atualmente um suspeito desvio de 14 milhões de meticais envolvendo o Director Provincial de Agricultura e Pescas, Daúdo Ussuhale, e membros do sector de finanças, no contexto de um processo de aquisição de barcos para pescadores. A denúncia foi formalizada no final de 2024 por alguns colegas da mesma direção, e o director foi reconduzido ao cargo para um segundo mandato no início de 2025.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias na última terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025, o Procurador da República e Ponto Focal para a área de Combate à Corrupção em Cabo Delgado, Amilton Menete, detalhou os primeiros passos da investigação, destacando a denúncia recebida durante o processo de aquisição de barcos, inicialmente sem motores, para fornecimento a pescadores.

"recebemos a denúncia deste crime, durante um processo de aquisição de barcos, ou seja, sem motores, destinados ao fornecimento a pescadores para que pudessem levar a cabo as suas atividades pesqueiras. No entanto, acontece que não foram fornecidos os 100 motores previamente previstos, mas sim 50% correspondente a 50 motores e o remanescente de 50 motores dos barcos, na verdade, não foram fornecidos. O estranho é que a Direção Provincial de Agricultura e Pesca executou 100% do orçamento referente à aquisição desses barcos e pagou integralmente os 100% dos motores. No entanto, não foram fornecidos os 100 motores que deveriam ter sido entregues. Pagou a totalidade do valor, mas não recebeu a totalidade dos motores. Neste momento, está em curso um processo para apurar os contornos deste processo de aquisição dos barcos e também para entender o que teria falhado para que não houvesse o fornecimento integral dos 100 motores, sabendo que houve pagamento integral do valor solicitado pela empresa à qual foi adjudicado o concurso para fornecimento desse material", descreveu.

Em relação aos próximos passos, o Procurador explicou o processo de investigação.

"Quando uma participação chega à Procuradoria, o primeiro passo é fazer uma espécie de filtragem da informação para ver se vale a pena avançarmos com um processo criminal ou não. Verificamos se aquela informação vinculada configura ou não um tipo legal de crime. Se o Ministério Público entender que há elementos de natureza criminal, nós tiramos o processo de crime e passamos para uma outra fase, que é a fase de instrução, que envolve a investigação para apurar efetivamente se o que foi vinculado constitui ou não a verdade. Após esse período de recolha de elementos de provas que servem de base para nossa acusação, garantimos que ela seja sólida para que não possa de forma alguma ser derrubada em juízo. Chega-se então à fase de constituição de arguidos. Nós constituímos os arguidos com base em pessoas identificadas com elementos de provas que foram corrigidos nos autos, suficientes e bastante para que possamos introduzir no feito judicial, e que essa acusação não possa de nenhuma forma ser abalada", detalhou.

Menete também destacou que, embora o diretor seja considerado suspeito até o momento, ainda não há arguidos constituídos no processo.

"Neste momento, ainda não houve nenhuma constituição, quer do diretor, quer dos funcionários, como arguidos, por isso não podemos falar de uma acusação. O diretor é até agora considerado um suspeito. Ainda não foram acusados, são apenas suspeitos. Há fatos que foram imputados na participação que tivemos, então estamos num processo de comprovação desses fatos imputados ao diretor provincial de Agricultura e Pesca, bem como aos funcionários afetos ao Departamento de Finanças e aos funcionários afetos à UGEA. Portanto, não existe nenhum documento que tenha saído da Procuradoria acusando formalmente o diretor, porque o processo ainda está em instrução."

Em relação ao impacto político e jurídico do caso, o Procurador frisou a separação de esferas.

"Na verdade, estamos em dois campos distintos: o político e o jurídico. Temos situações que, de forma alguma, podem se misturar. Ou seja, o Ministério Público, na sua atuação, não deve se envolver na política, ou, por outra, não deve se intrometer na política. Agora, se houver a comprovação dos fatos que estão sendo imputados ao diretor, claramente isso terá implicações para a pessoa do diretor, se comprovar que houve desvio e que ele está envolvido. Isso impactará na sua vida profissional, tanto mais que a própria lei abre espaço para que, havendo uma condenação de quem quer que seja, para crimes de corrupção e conexos, seja aplicada uma pena acessória de expulsão", explicou.

Por fim, o Procurador se mostrou cauteloso quanto ao tempo de conclusão do processo.

"É difícil fazer uma previsão, porque instruir um processo dessa natureza não é um exercício fácil. É difícil, porque, no decorrer da instrução, podem surgir outros elementos que necessitarão da nossa atenção, o que pode comprometer, sobremaneira, o cumprimento rigoroso dos prazos. Então, é difícil avançar, até neste momento, com datas concretas sobre quando o processo irá ser concluído, mas posso garantir que tudo está sendo feito por parte da Procuradoria para que o processo tenha seu desfecho o mais rápido possível. Porque também é do direito do Ministério Público ver o processo finalizado de qualquer forma, quer seja por meio da aprovação ou do arquivamento. Mas o processo possivelmente poderá ser concluído este ano. O processo deu entrada no final do ano passado, mas a verdade é que o processo ainda vai ser finalizado", concluiu Amilton Menete.

O desfecho desse processo, que envolve um valor significativo de recursos públicos, será acompanhado com grande atenção pela população de Cabo Delgado e pelas autoridades competentes. (x)

Por: Zumbo FM Notícias

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