O presidente da petrolífera norte-americana, ExxonMobil, Dan Ammann, reafirma o compromisso com o projecto de gás natural liquefeito (LNG) da Área 4 da Bacia do Rovuma, no distrito de Palma.
Falando esta quarta-feira, 19.02.2025, com o Presidente da República, Daniel Chapo, o presidente da petrolífera norte-americana, ExxonMobil, Dan Ammann, garantiu que está a trabalhar para a retoma do projecto.
Segundo um comunicado da Presidência da República, o encontro abordou não apenas os avanços do projecto, mas também os desafios para garantir o seu progresso e os benefícios para a população local.
“Foi um prazer encontrar Sua Excelência, Presidente Chapo. Discutimos o nosso compromisso com Moçambique, com o projecto LNG, no qual todos estamos a trabalhar, e também com as comunidades em Cabo Delgado”, afirmou Ammann.
O projecto LNG, liderado pela ExxonMobil e parceiros internacionais, representa um marco para a exploração de recursos naturais no país. Além do impacto na economia nacional, a iniciativa prevê investimentos em infraestruturas e geração de empregos. No entanto, a implementação do projecto ocorre num contexto complexo, marcado pela necessidade de garantir segurança e inclusão social na região.
Ammann destacou a colaboração entre o Governo moçambicano e as empresas envolvidas, sublinhando a importância de garantir que os benefícios do gás natural cheguem à população.
“Discutimos como o Governo, a ExxonMobil e os nossos parceiros podem trabalhar juntos para avançar com este projecto, para o benefício de todos os envolvidos”, acrescentou.
Além dos investimentos económicos, a empresa enfatizou a necessidade de incorporar práticas ambientais sustentáveis e apoiar iniciativas comunitárias. A capacitação de mão-de-obra local e o desenvolvimento de infraestruturas como estradas, escolas e unidades de saúde fazem parte dos compromissos assumidos.
Apesar dos avanços, desafios permanecem, incluindo a estabilidade na região e a garantia de que o crescimento económico traga melhorias concretas para os moçambicanos. A ExxonMobil reforçou que continuará a trabalhar em parceria com o Governo para enfrentar essas questões e assegurar que o projecto seja um motor de desenvolvimento sustentável para Cabo Delgado.(x)
Por: Nazma Mahando
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A província de Cabo Delgado registou avanços na implementação do ensino bilíngue, ou seja, a leccionação das aulas em português e em línguas maternas, com um total de 129 escolas a adotarem essa modalidade em nove distritos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025, pelo diretor provincial da Educação e Cultura, Ivaldo Quincardete, durante a cerimônia de celebração do Dia Internacional da Língua Materna, em Pemba.
Durante o evento, Quincardete destacou a importância da língua materna na construção da identidade cultural das comunidades locais.
"Actualmente, a província conta com 129 escolas de ensino bilíngue a funcionar em nove distritos, e há muitos desafios para a expansão da língua materna. A língua materna é fundamental para a identidade cultural de um povo, pois é através dela que comunicamos, pensamos e vivenciamos. O ensino bilíngue garante uma aprendizagem dinâmica para as crianças na sala de aula" – afirmou.
Apesar do progresso, ainda há desafios a serem superados para a ampliação do ensino bilíngue nas escolas da província. Questões como a formação de professores, produção de materiais didáticos e sensibilização das comunidades continuam a ser prioridades para as autoridades educativas.
Quincardete fez ainda um apelo à participação ativa da sociedade na promoção do ensino bilíngue:"A Direção Provincial da Educação exorta todos os professores, pais, encarregados de educação e a sociedade em geral a aderirem massivamente ao uso das línguas maternas."
A celebração do Dia Internacional da Língua Materna em Pemba contou com a participação de estudantes, professores e representantes da sociedade civil, reforçando a necessidade de valorizar e preservar as línguas locais como parte da identidade cultural moçambicana. (x)
Por: Nazma Mahando
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A cidade de Pemba deu início, nesta sexta-feira (21 de Fevereiro de 2025), à remoção de viaturas avariadas e carcaças abandonadas nas vias públicas. A ação, levada a cabo pelo Conselho Municipal de Pemba (CMP), tem como objetivo restaurar a ordem e segurança no trânsito, além de melhorar a estética da cidade.
De acordo com o comunicado enviado à redação da Zumbo FM Notícias, a remoção obedece a uma nova regulamentação municipal já em vigor.
“O abandono de viaturas deterioradas prejudica não só a imagem da cidade, como também representa um risco à segurança rodoviária, bloqueia o trânsito e pode gerar focos de instabilidade”, destaca o comunicado.
Os proprietários terão um prazo de 40 dias para retirar os veículos voluntariamente. Após esse período, o CMP procederá à remoção compulsória, isentando-se de qualquer responsabilidade sobre danos ou custos gerados.
Com esta iniciativa, a autarquia pretende resolver o problema das ruas obstruídas por veículos inutilizados, que há anos prejudicam a mobilidade e a segurança dos cidadãos. (x)
Por: Nazma Mahando
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Os funcionários e agentes do Estado no distrito de Mecúfi, sul da província de Cabo Delgado, estão a trabalhar em condições extremamente precárias devido à destruição quase total causada pelo ciclone Chido.
O administrador distrital, Fernando Neves, afirmou que, apesar das dificuldades, os serviços essenciais estão a ser prestados à população.
“O mais importante é sermos resilientes. Os funcionários e agentes estão a trabalhar de forma condicionada, com condições não muito boas, mas os trabalhos essenciais estão a fluir, com vista a atender a nossa população”, disse Neves em declarações à imprensa na sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025.
A reconstrução em Mecúfi está a ocorrer lentamente. Segundo Neves, ainda não se sabe o valor necessário para reerguer o distrito, pois uma equipa está a realizar levantamentos para apurar os danos.
“Há uma equipa no terreno que está a fazer os levantamentos dos danos. Não posso dizer o número de quanto valor vamos precisar depois de terminar este levantamento para aferir quanto é que Mecúfi precisa para se reconstruir”, afirmou o administrador.
O ciclone Chido, que atingiu Moçambique em dezembro de 2024, causou a morte de pelo menos 120 pessoas em todo o país, incluindo as províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado. No distrito de Mecúfi, o impacto foi particularmente devastador. O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) informou que a maior parte dos óbitos ocorreu em Mecúfi, onde o ciclone causou danos significativos.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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Os terroristas atacaram está quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025, a aldeia de Bilibiza no distrito de Quissanga, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O ataque que ocorreu por volta das 17 horas, aconteceu nas proximidades do quartel militar localizado na aldeia de Bilibiza, de acordo com relatos de residentes, apartir da vila sede do distrito Quissanga.
"Sim, acompanhei. Mas, não fizeram estragos porque não entraram aldeia, só estavam a passar por um caminho lá para subsair no distrito de Meluco. Aí onde eles passavam é perto do quartel onde estão militares", explicou o residente de Quissanga, Ângelo Joaquim, entrevistado pela Zumbo FM Notícias nesta sexta-feira, 21 de Fevereiro 2025.
A fonte detalhou ainda que, o som do bombardeamento chegava até a vila sede do distrito, alarmando ainda mais as comunidades.
"Nós aqui na vila sede de Quissanga, estivemos ouvir bombardeamentos bazucas de Bilibiza. Isso aconteceu naquela hora das 17, então aquele barulho, não era de trovoadas ou chuvas, nós conhecemos trovoadas e, nós ligamos directamente lá, e eles nos informaram que estão atacar a zona do quartel militar em Bilibiza", acrescentou Joaquim, relatando a intensidade do confronto.
Quem bombardeava? A fonte respondeu nos seguintes termos.
"Essa troca de tiros e bazucas, era entre terroristas e militares", afirmou o entrevistado.
Por conta do intenso confronto, a população acabou fugindo para às matas, conforme relatado pelo Ângelo Joaquim.
"As pessoas fugiram para fora a a de Bilibiza", disse.
A nossa reportagem, ouviu ainda outro residente, Castigo (nome fictício), este confirma igualmente o ataque.
"Em termos dessa situação, eu também acompanhei. Estou a tentar ligar para a gente da aldeia de Bilibiza, mas os números só chamam e, ninguém está atender por causa dessa situação, porque a maioria estão nas matas", reforçou.
Até ao momento, o entrevistado disse não ter informações dos estragos causados durante o confronto.
"Ainda não acompanhei sobre estragos", concluiu.
Em momentos de crise de segurança que assola a província nortenha de Moçambique, Cabo Delgado, às autoridades locais, pouco se pronunciam sobre a realidade que está sendo vivida.
Entretanto, a Zumbo FM Notícias, contactou o administrador do distrito de Quissanga, Sidônio José e o Secretário Permanente, Joaquim Mwandienga, estes, não se mostram disponíveis para falarem sobre o assunto.
Recorde-se que, o distrito de Quissanga foi severamente afectado pelos ataques terroristas nos primórdios do ano 2024, tendo destruído infraestruturas públicas e privadas, consequentemente obrigando o Governo local a fugir do seu distrito para cidade de Pemba, passando a gerir a distância. (x)
Em actualização...
Por: António Bote
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A Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) anunciou nesta quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025, os novos preços dos combustíveis, que entram em vigor a partir desta quinta-feira, 20.02.2025. A gasolina passará dos atuais 86,25 meticais por litro para 85,82 meticais. O preço do gasóleo reduzirá de 91,23 para 86,79 meticais por litro. O petróleo de iluminação cairá de 87,05 para 69,35 meticais por litro e o gás para veículos será ajustado de 44,52 para 43,40 meticais por litro.
"Com o resultado do processo de revisão, o preço da gasolina será ajustado para baixo, passando dos atuais 86,25 meticais por litro para 85,82 meticais por litro. O preço do petróleo de iluminação será reduzido de 87,05 meticais por litro para 69,35 meticais por litro. O preço do gasóleo diminuirá de 91,23 meticais por litro para 86,79 meticais por litro, e o gás natural veicular reduzirá de 44,52 meticais por litro equivalente para 43,40 meticais por litro equivalente", afirmou Paulo da Graça, presidente do Conselho de Administração da ARENE.
Segundo a autoridade reguladora, a revisão dos preços deve-se ao impacto do custo de vida que o país tem vivenciado nos últimos anos.
"Os ajustamentos dos preços poderão ter um impacto positivo no custo de vida, tendo em conta que o combustível comercializado em Moçambique é um importante fator dinamizador da economia. Assim, espera-se um efeito de amenização nos preços de outros produtos que utilizam o combustível como insumo de produção, considerando que o custo de diversos outros produtos está ancorado e associado aos preços dos combustíveis", afirmou. (x)
Por: Esperança Picate
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O Delegado Provincial do partido Resistencial Nacional de Moçambique (RENAMO) em Cabo Delgado, Manuel Macuane, abordou a difícil situação dos cidadãos da província durante um encontro com membros e simpatizantes do partido, realizado na cidade de Pemba, na quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025.
Durante a sua intervenção, Macuane referiu-se ao impacto do ciclone Chido que fustigou a região norte de Moçambique no dia 15 de Dezembro de 2024, e o tratamento desumano perpetrado por supostos representantes do apoio às famílias vulneráveis na província.
"Quando a passagem do ciclone Chido, de forma parcial e total, destruiu casas e matou vidas humanas, deixando milhares de cidadãos ao relento, sem comida, sem roupas e em condições precárias de sobrevivência, este fenômeno nos recordou ainda mais os momentos de reassentamento das vítimas de guerra dos insurgentes", afirmou.
Além disso, Macuane lamentou a maneira como os afetados têm sido tratados pelas autoridades e instituições envolvidas no apoio humanitário. "É de lamentar a forma tão desumana como os supostos representantes do apoio aos afetados têm tratado os nossos cidadãos, de forma discriminada e humilhante", disse, sem especificar diretamente quais instituições ou responsáveis estavam envolvidos.
O delegado do RENAMO destacou que as dificuldades enfrentadas pela população não se limitam aos efeitos do ciclone, mas também se refletem nas condições das vítimas do conflito armado na província. Macuane sublinhou que muitas dessas vítimas ainda aguardam reassentamento adequado e enfrentam desafios contínuos, como a falta de acesso a condições mínimas de dignidade.
O encontro em Pemba teve como objetivo fortalecer a união dos membros do partido na província e discutir os desafios que os cidadãos de Cabo Delgado continuam a enfrentar, incluindo a ajuda humanitária, a segurança e o processo de reconstrução pós-ciclone. A situação de milhares de deslocados, tanto os afetados pelo ciclone quanto pelos conflitos armados, segue como uma prioridade para as autoridades e organizações envolvidas na região.
A intervenção de Macuane reflete as preocupações de diversos grupos e líderes locais sobre a eficácia da assistência e o tratamento dado às vítimas, que continuam a depender de apoio externo para sua sobrevivência e recuperação. (x)
Por: António Bote
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No início de janeiro de 2025, a Zumbo FM Notícias noticiou que a Montepuez Ruby Mining não havia disponibilizado os fundos de 2024 para as comunidades locais, devido à situação política do país. Este atraso gerou apreensão, visto que os recursos provenientes dos impostos pagos pelas mineradoras são cruciais para o financiamento de projetos comunitários em Montepuez.
Isaura Máquina, administradora do distrito, comentou sobre a questão durante uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta quarta-feira, 19.02.2025, na cidade de Pemba. Ela afirmou que, apesar de a liberação dos fundos estar ocorrendo de maneira gradual, ainda há uma pressão constante para que o governo central atenda às necessidades do distrito.
"Os fundos já estão a ser disponibilizados de forma palotina. Recebemos alguma parte tardia, mas estão a ser disponibilizados. Nós também estamos a pressionar ao nível provincial, ao nível central, e nesta conjuntura toda, para que os fundos sejam disponibilizados a tempo, porque a nossa guerra aqui é que até ao meio deste ano esses fundos sejam disponibilizados ao completo para que as atividades aconteçam e possamos responder cabalmente às nossas comunidades", explicou Isaura.
Embora não tenha especificado a porcentagem exata dos fundos liberados, Isaura afirmou que grande parte já foi disponibilizada. Contudo, ela destacou os impactos negativos causados pela demora.
"Toda demora traz impactos negativos. Se tu tens um programa e os fundos não se disponibilizam naquele momento, com certeza tu tens os desafios, impactam negativamente. Não tem como dizer que não, isso dá impacto negativo. Como, por exemplo, as expectativas das comunidades que tinham na resolução dos problemas locais. O que deveria ser resolvido não foi resolvido dentro dessas prioridades que a própria comunidade tinha previsto", lamentou.
Isaura também explicou que os fundos, que representam 2,75% dos impostos pagos pela Montepuez Ruby Mining, não são provenientes diretamente da empresa, mas sim do governo central, que disponibiliza esse valor após a cobrança dos impostos.
"Os fundos 2.75% saem dos impostos das minerações, do que é pago pelo trabalho de mineração que acontece, neste caso, pela Montepuez Ruby Mining. Os 2.75% não vêm diretamente da Montepuez Ruby Mining para as atividades comunitárias de Namanhubir. Eles vêm do Estado, através do imposto pago pela mineradora à Autoridade Tributária, e o governo central, por meio do orçamento, disponibiliza esses 2.75% para as atividades de Montepuez", esclareceu.
A administradora também comentou sobre a desigualdade no desenvolvimento entre as comunidades do distrito, mencionando a necessidade de garantir que todos os postos administrativos sejam igualmente beneficiados.
"A nossa perspectiva é que não só beneficie a comunidade de Namanhubir, como tal, mas também as outras comunidades que estão impactadas ao nível do distrito. Para evitar essas desigualdades, Namanhubir está a crescer exponencialmente, enquanto outras localidades não estão a sentir os benefícios. Então, surge uma nova discussão", destacou.
Por fim, Isaura ressaltou a importância de garantir que os fundos sejam disponibilizados de forma regular para que os projetos possam ser concretizados, beneficiando assim as comunidades.
"A nossa missão é discutir com o governo central, com as finanças ao nível central, para a disponibilização desses valores, seja de forma regular e atenta ao distrito, para que esses projetos sejam executados no distrito e as comunidades percebam que aquilo que priorizaram de fato está a acontecer", concluiu. (x)
Por: António Bote
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O diretor da organização não-governamental moçambicana Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), Adriano Nuvunga, afirmou que a presença das tropas ruandesas em Moçambique é ilegal e precisa ser esclarecida pelo Estado moçambicano. Nuvunga falava aos jornalistas esta quarta-feira,19.02.2025, na cidade de Pemba, provincia de Cabo Delgado, durante a Conferência Anual de Coesão Social, levantando questões sobre a soberania nacional e o futuro da segurança no país.
“Enquanto estamos todos agradecidos pela presença dos ruandeses, estamos agradecidos, não há dúvidas em relação a isso. A população de Cabo Delgado está agradecida pela forma como ajudaram a debelar a situação. Mas a presença deles é ilegal no país neste momento. É ilegal a presença desses homens. E eu repito: eles ajudaram, mas é ilegal a sua presença. Não houve nenhuma resolução da Assembleia da República que autorizasse a entrada dessas forças estrangeiras em Moçambique. É ilegal a sua presença. Não só ilegal, como também não está claro por quanto tempo estarão em Moçambique, o que ganham por estar aqui e qual é o plano que o Estado moçambicano tem para a substituição desta necessidade que teve de trazer os ruandeses”, declarou.
Nuvunga destacou que a soberania nacional não pode estar constantemente dependente de forças estrangeiras. “A nossa soberania não deve estar continuamente de estrangeiros. Moçambique é uma nação forte, uma nação orgulhosa”, frisou.
O diretor do CDD defendeu que a questão deve ser levada ao Parlamento para um debate sobre a base legal da presença das tropas ruandesas, a duração da sua permanência e os custos para Moçambique.
“A primeira coisa é que é preciso que os jornalistas, nós como sociedade civil, a sociedade moçambicana, façamos uma intervenção ou uma interrogação ao Estado. Afinal, qual é a base legal da presença desses homens aqui no nosso país? Esse é o primeiro ponto. O segundo é: por quanto tempo? Essas perguntas devem ser colocadas na sede própria, que é o Parlamento. Os parlamentares devem discutir esta questão: se deve legalizar a presença deles com um calendário muito claro e este calendário para a sua saída do país. Quanto custa a presença deles? Quanto custa aos moçambicanos? Não existe parte nenhuma de 'almoço grátis'. Eles estão aqui, saíram do país deles até aqui porque há um benefício qualquer que eles têm. Então, qual é esse benefício que eles têm? E por que não se utiliza esses recursos para melhorar o nosso exército?”, questionou.
O ativista sublinhou ainda as dificuldades enfrentadas pelos militares moçambicanos.
“Nós sabemos que há muitos jovens que estão dispostos a combater pela nossa pátria. Por que não se melhoram as condições deles? Os nossos militares não têm botas adequadas, não têm alimentação adequada, não têm seguro de vida, não têm o básico para terem orgulho de estarem lá a dedicarem as suas vidas para lutarem pela nossa pátria. Por que não se melhoram as condições desses? E qual é o calendário para que isso aconteça?”, acrescentou.
O diretor do CDD alertou ainda para o histórico das tropas ruandesas em outras regiões.
“Enquanto por um lado esta tropa é vista internacionalmente como tropa agressora na região de Kivu-Norte, na República Democrática do Congo, uma força que o M23, de março, neste caso, está a violar direitos humanos, está a propiciar uma das maiores crises humanitárias naquela região, aqui essa tropa é salvadora. Como e quais são aqui as contrapartidas disso? E é por isso que nós estamos a dizer que esta tropa que fez boa coisa, que ajudou na estabilização das comunidades, não há dúvidas em relação a isso. Mas agora já temos relativa estabilidade. Há condições para se iniciar um plano muito claro, com um calendário muito claro: primeiro, reforçar o nosso exército aqui, dar de comer aos nossos militares aqui, dar seguro de vida aos nossos militares, melhorar o seu salário, melhorar as suas condições para fazerem carreira militar e defenderem a nossa pátria. E, gradualmente, substituirmos os ruandeses. Os nossos recursos naturais vão servir ao nosso povo se forem protegidos pelos nossos filhos, pelos nossos irmãos, nossos sobrinhos, e não protegidos por uma força estrangeira”, concluiu.
Desde julho de 2021, as tropas ruandesas estão presentes em Moçambique, particularmente em Cabo Delgado, para auxiliar no combate aos insurgentes ligados ao extremismo islâmico. A intervenção foi amplamente elogiada por estabilizar regiões afetadas pelos ataques, permitindo o regresso de populações deslocadas. No entanto, a sua presença tem gerado debates sobre os custos, a legalidade e os interesses estratégicos por trás da cooperação militar entre Ruanda e Moçambique. A oposição e organizações da sociedade civil têm insistido na necessidade de um debate parlamentar para clarificar a permanência destas forças estrangeiras no território moçambicano. (x)
Por: António Bote
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Os membros da Associação dos Avicultores da província de Cabo Delgado acusam a atual direção de desviar fundos destinados ao desenvolvimento dos negócios dos associados. As denúncias surgiram no último sábado, 15 de fevereiro de 2025, durante um encontro que deveria eleger uma nova liderança. No entanto, a eleição não ocorreu devido à falta de condições organizacionais, o que gerou forte descontentamento entre os presentes.
Segundo os associados, os fundos destinados à capacitação e ao crescimento do setor avícola foram mal administrados, havendo suspeitas de apropriação indevida. Eles alegam que a direção promoveu formações fictícias para justificar o uso do dinheiro, sem gerar benefícios concretos para os membros.
“É uma vergonha o que a direção está a fazer com os membros! Tudo está no bolso, carimbo no bolso! Eu fui eleito para representar a associação, mas o que aconteceu foi um jogo de dividir para reinar. A associação recebeu financiamento e, quando o dinheiro entrou, correram para fazer formações em pequenos grupos, apenas para justificar que houve capacitação. Mas não foi para isso que fundamos esta organização! Quando o dinheiro acabou, os financiadores perceberam e simplesmente nos deixaram à própria sorte.” - denunciou António Jorge, membro da associação.
Outro associado, Mohammed Robiul, reforçou as críticas, afirmando que a gestão atual não trouxe benefícios concretos para os avicultores.
“Não digo que não fizeram nada, obviamente houve alguma ação, mas estamos aqui para falar a verdade. Precisamos nos organizar e tornar a associação forte. O que o Ministério diz no Parlamento é bonito na teoria, mas, na prática, não estamos a ver benefícios reais!” - afirmou.
Orlando Domingos, avicultor da cidade de Pemba, lamentou a falta de assistência e criticou a transparência na gestão dos fundos.
“Os apoios? Não vejo apoio nenhum! No passado, investi na criação de frangos para corte, mas nunca recebi assistência da associação. Dizem que há financiamentos, mas eu nunca ouvi falar deles. O dinheiro precisa ser canalizado com transparência, e não com esquemas obscuros!” - criticou.
O presidente da Associação dos Avicultores de Cabo Delgado, Yacoob Latifo, negou as acusações e desafiou os críticos a apresentarem provas de irregularidades.
“Essas acusações não têm fundamento! Eu vou mais longe: desafio alguém a apresentar provas de desvio de fundos! Não há nenhuma irregularidade! As nossas contas estão fechadas e em ordem.” - declarou.
Apesar da defesa da direção, os membros insistem na necessidade de uma reestruturação e maior transparência na gestão financeira, exigindo esclarecimentos sobre o destino dos recursos recebidos.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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